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Os 21 sindicatos que representam os servidores públicos do Paraná esperam ter 100 mil pessoas mobilizadas em 30 cidades do estado nesta terça-feira (19) para pressionar o governo a retomar as negociações sobre o reajuste salarial deste ano do funcionalismo. Em Curitiba, onde ocorre o maior ato, 20 mil devem marchar das praças Rui Barbosa e Santos Andrade até o Centro Cívico. Os organizadores esperam que uma comitiva com representantes do Fórum de Entidades Sindicais (FES) seja recebida no Palácio Iguaçu. O governo confirma ter recebido o pedido de reunião, mas não decidiu se conversará ou não com os servidores.

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Apenas alguns colégios voltaram a funcionar normalmente, nas cidades menores. Juntas, as regiões de Maringá, Umuarama, União da Vitória e Litoral prometem enviar mais de mil professores para a manifestação desta terça-feira (19) em Curitiba.

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Pressionado por uma ameaça de greve geral do funcionalismo público, o governo do estado pode enfrentar problemas, também, com a base aliada na Assembleia Legislativa.

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O diálogo acerca do reajuste salarial foi interrompido na última quinta-feira (14). Até então estava combinado que nesta terça (19) ocorreria uma terceira rodada de negociação. Mas os planos mudaram com a divulgação de uma nota em que o governo estadual comunicou que o reajuste do funcionalismo seria de apenas 5%, em duas parcelas, e que não haveria mais negociação em razão do caixa quebrado do Estado. Os servidores queriam ao menos a reposição da inflação dos últimos 12 meses, de 8,17% pelo IPCA.

Cutucada

O ex-presidente Lula usou as redes sociais para cutucar Beto Richa. "Enquanto em alguns estados os governos não dialogam com os professores, o PT e os partidos aliados em Minas Gerais mostram que é possível avançar (...) Educação se constrói com diálogo, não com violência", afirmou o ex-presidente, em referência indireta ao episódio violento de 29 de abril em Curitiba.

Em banho-maria

Até o momento, o projeto de lei (PL) com o valor de reajuste não chegou à Assembleia Legislativa para ser votado. O governo diz que isso ocorre porque estudos de impacto orçamentário, que precisam estar anexos ao PL, estão em fase de finalização. Oficialmente não haveria qualquer possibilidade de reabertura de negociação. Mas, nesta segunda, um ofício enviado ao FES diz que se os funcionários em greve voltarem ao trabalho, as conversas sobre reajuste voltam a ocorrer. A segunda etapa da greve entra nesta terça no 22.º dia.

“É uma proposta descabida. Que garantias nós temos de que o índice será renegociado se voltarmos às salas de aula? Há uma desconfiança geral da categoria. Por exemplo, o governo estadual falou que não iria pegar o dinheiro da previdência. Mas ele sacou R$ 500 milhões. Só voltamos às salas de aula se houver uma proposta efetiva, algo palpável”, disse Luiz Fernando Rodrigues, diretor de comunicação da APP-Sindicato. A greve atual foi considerada ilegal pela Justiça no dia 27 de abril. A APP recorreu mas ainda não há uma nova decisão sobre o assunto.

Greve geral

Professores e funcionários da educação básica e das sete universidades estaduais estão em greve desde abril. Para esta terça, os 21 sindicatos de servidores públicos que integram o FES confirmaram a participação no dia de paralisação. As entidades que representam a área da saúde (Sindsaúde) e os agentes penitenciários (Sindarspen) farão suas assembleias após o ato. Caso não haja nenhuma mudança nas negociações, os dirigentes acreditam que uma greve geral possa ser deflagrada. Segundo o FES, apenas sete dos 21 sindicatos não estão com movimentos paredistas em andamento. Todos, no entanto, já aprovaram indicativos e podem cruzar os braços.

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