Rio Denúncias recebidas pela comissão de direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) indicam que pelo menos 11 dos 19 mortos durante a operação policial de ontem no complexo de favelas do Alemão, na zona norte do Rio, seriam moradores que não teriam ligação com o tráfico de drogas.
No início da tarde, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados (OAB) foi impedida pela direção do Instituto Médico-Legal (IML) de acompanhar a autópsia dos corpos. O presidente da comissão, João Tancredo, seguiu, então, para a Secretaria da Segurança, mas não foi recebido pelo secretário José Mariano Beltrame, e sim pelo subsecretário Márcio Derene.
No fim da tarde, a secretaria informou que a OAB foi orientada a oficializar um pedido à Chefia de Polícia Civil para acompanhar as autópsias. Oito corpos, porém, já tinham sido liberados para sepultamento.
Uma das denúncias levadas por Tancredo foi a de que vítimas teriam sido executadas a facadas. A secretaria informou, porém, que os 19 morreram atingidos por projéteis de arma de fogo.
"A comissão recebeu inúmeras denúncias de que houve execução sumária, de um massacre de civis. E também de que a polícia promoveu uma série de saques no comércio e nas casas durante a operação", afirmou Tancredo.
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, disse ontem que a atuação no Alemão é só o começo. "A polícia não tem condições de fazer intervenções em todos os morros do Rio todos os dias. Definimos que começaríamos pelo Alemão porque os índices de criminalidade dessa região são muito grandes. Também faremos operações em outras favelas, mas é a Inteligência que vai definir a data e local dessas ações", afirmou.
O subsecretário de Inteligência, Edval Novaes, confirmou que está em andamento um levantamento de informações sobre várias áreas da região metropolitana e que o serviço acompanha a movimentação das outras facções criminosas que atuam no Rio. No entanto, Beltrame não revela em que outras áreas pretende atuar.
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