Na mesma data em que o Brasil vai comemorar seus 183 anos de independência da antiga metrópole Portugal - com direito a feriado e desfiles das Forças Armadas - um grupo de manifestantes vai reivindicar uma série de mudanças para o país. No próximo 7 de setembro acontece a 11ª edição do Grito dos Excluídos.
A pauta de reivindicações inclui a construção de um novo modelo político para aumentar a participação popular, um programa emergencial de combate à pobreza, uma reforma política radical para combater a corrupção e a defesa da soberania nacional.
"Nós queremos um novo projeto para o Brasil", resume Débora de Albuquerque Souza, a secretária de políticas sociais da CUT, que participa do protesto.
A manifestação, organizada pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) e por pastorais sociais, ocorre no Dia da Independência desde 1995 em todas as capitais e cidades grandes do país. No Paraná, integram o Grito diversas organizações, como a União Paranaense dos Estudantes (UPE), a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Movimento dos Sem-Terra (MST), o Movimento Negro, entre várias outras.
Em Curitiba, a concentração deve começar às 10 horas em frente à Prefeitura Municipal, no Centro Cívico. Os organizadores prometem muita irreverência e surpresa no Grito deste ano, cujo lema é "Brasil, em nossas mãos a mudança". A expectativa é que participem de 600 a 800 pessoas na manifestação. O protesto deve acontecer em outras 25 cidades do estado, como Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Guarapuava.
Os manifestantes são contra as políticas macroeconômicas adotadas pelo governo e pedem a suspensão do pagamento da dívida externa e uma redução na taxa de juros. Para eles, o modelo atual favorece apenas o mercado financeiro e as grandes corporações que se dedicam às exportações. Dessa forma, o país não teria recursos para investir em reforma agrária, saúde, educação, transporte, habitação, direitos humanos e meio ambiente.
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