Quatorze de 100 trechos críticos em rodovias federais do Brasil estão no Paraná. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Maringá, no Noroeste do estado, ocupa a primeira posição na lista com o intervalo do quilômetro 170 ao 180 da BR-376. O trecho é o 10.º mais crítico na ordem nacional. O município tem ainda o trecho entre os quilômetros 180 e 190 da mesma rodovia na relação. Os dados foram apresentados pela PRF nesta sexta-feira (17) durante o lançamento da Operação Rodovida, na Superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Curitiba.
Curitiba também tem trechos na lista: entre os quilômetros 120 e 130, 130 e 140 na BR-476, e entre os quilômetros 110 e 120 na BR-116.
Outros pontos ficam nos municípios Paranaguá, intervalo entre os quilômetros 0 e 10 na BR-277; e São José dos Pinhais, trecho entre os quilômetros 0 e 10 na BR-376; e Campina Grande do Sul,intervalo entre os quilômetros 10 e 20 na BR-116.
Ainda há pontos em Foz do Iguaçu, do quilômetro 720 e 730 da BR-277; Londrina, dos quilômetros 140 e 150, 150 e 160, e 170 e 180 na BR-369, e Cascavel, intervalo entre os quilômetros 580 e 590 e 590 e 600 da BR-277.
Fiscalização nas estradas
Com as férias de verão e as festas de fim de ano, os próximos dias já devem ter reforço do policiamento nas rodovias. Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Batalhão de Trânsito da Polícia Militar e secretarias municipais de Trânsito vão fazer ações educativas e de fiscalização até o próximo dia 5 de março. As iniciativas farão parte da Operação Rodovida, lançada nesta sexta-feira (16).
O superintendente da PRF no Paraná, Adriano Furtado, explicou que as ações têm como objetivo reduzir o número de acidentes graves, especialmente os ligados a casos de ultrapassagem proibida, alcoolemia ao volante e excesso de velocidade. No ano passado, essas situações corresponderam a 51,2% dos acidentes com mortes em estradas federais do Paraná. A operação também vai buscar reduzir atropelamentos e acidentes com motocicletas.
Um exemplo do trabalho, citou Furtado, são as ações para coibir alcoolemia ao volante. Isso também incluiu quem tentar burlar uma blitz da PRF cortando caminho por uma rodovia estadual ou uma via municipal. “Faremos operações com etilômetro nas rodovias federais, estaduais e vias municipais no mesmo horário. Cada um dos órgãos trabalhará em sua área de atribuição e muitas vezes em conjunto com os outros”, observou.
Ele salientou que o objetivo não é punir os condutores, mas tentar sensibilizá-los para a importância do seu papel no trânsito. “A multa será uma consequência. Nosso objetivo é sensibilizar o cidadão de que ele tem potencial muito grande para colaborar”, destacou.
O superintendente da PRF avaliou que, ao longo da iniciativa, o fluxo de veículos nas estradas federais deve aumentar cerca de 40%. Além do Natal e ano-novo, a ação abrangerá férias escolares e carnaval. “Esse aumento de fluxo chega a ultrapassar 100% em determinados períodos, mas se acentua nos dias de semana”. Segundo Furtado, a maior parte dos óbitos registrados nas rodovias costuma ocorrer aos sábados e domingos.
Custo social
Ele acrescentou que a operação também busca ajudar a reduzir custos sociais das mortes no trânsito. Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), realizada em 2014, aponta que o custo médio de um acidente com morte é de R$ 664 mil. Um acidente com vítima, por sua vez, gera uma despesa de R$ 96 mil, enquanto um acidente médio e sem vítimas, R$ 23 mil. Ainda conforme o estudo, o custo social médio de acidentes em rodovias federais brasileiras foi de R$ 12,8 bilhões no ano passado.
Entre os resultados práticos da Rodovida estão a redução de 67% no número de óbitos nas estradas federais, em 2014, e mudanças no Código Brasileiro de Trânsito (CBT). Isso inclui o desconto de 40% no valor da multa para quem não recorrer e obrigatoriedade de freios ABS e airbag em veículos novos.