Embora algumas medidas tenham sido tomadas por autoridades policiais e por entidades privadas nos últimos anos para inibir a prática de rachas nas ruas de Curitiba, estima-se que 15% dos corredores continuem nas vias da capital. "Esse pessoal sustenta que a rua e o perigo são mais emocionantes. Ficam na rua para se exibir ao público", afirma o diretor comercial da Força Livre Motorsport, Eduardo Pereira.
Há três anos, uma parceria do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) com a Força Livre permite que a cada 40 dias ocorra uma competição de arrancadas no Autódromo Internacional de Curitiba. Cerca de 250 pilotos participam do evento. O prêmio varia de R$ 300 a R$ 800. "O valor não é significativo, mas ver uma arquibancada cheia para assistir à sua corrida engrandece o ego", comenta Pereira. "Essa parceria é para que aqueles que têm a corrida como hobbie ou esporte façam isso em um local adequado e seguro", explica a aspirante Caroline Costa, chefe da comunicação social do BPTran.
A policial lembra de medidas implantadas na Rua Bispo Dom José, no bairro Batel, que inibiram a prática de corridas no local. "O problema é que eles saem de uma localidade e migram para outra", afirma Caroline. Os locais não foram divulgados para não atrapalhar o trabalho da polícia.
Mas, quem conhece alguns pilotos sabe como é na prática. O ex-corredor Marcelo (nome fictício), de 24 anos, conta que alguns pilotos vão para as ruas para testar os carros. "O carro só é regulado andando. Conheço gente que vai nos contornos Norte e Sul, em horários sem movimento, para testar o carro. Estão errados, mas têm mais responsabilidade." A pista do autódromo costuma ser aberta para treinos somente na véspera do evento.
O ex-corredor explica que se leva cerca de um ano para preparar um veículo para as corridas, e o investimento chega a pelo menos a R$ 50 mil, além do valor do carro.
Não faltam críticas para os que se arriscam nas ruas. "Para fazer isso na Avenida Brasília, por exemplo, um dos carros precisa ir na contramão. É extremamente perigoso. Cara consciente não corre na rua. É coisa de filme, de piá pançudo que tem grana", resume o ex-corredor. (JO)
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