Pelo menos 1,5 mil funcionários de nove hospitais particulares e filantrópicos de Curitiba e região metropolitana aderiram ontem à greve que pede melhorias salariais. Novamente, cirurgias agendadas tiveram de ser canceladas. O Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Sindipar) prometeu tomar medidas jurídicas para que os funcionários voltem a trabalhar normalmente.
O presidente da entidade, Luiz Rodrigo Milano, prevê um caos nos atendimentos se a greve continuar. "É uma questão de Justiça agora", disse. A entidade patronal oferece aos funcionários 6,5% de reajuste salarial, 8,5% de acréscimo ao piso e 23% no vale-alimentação. "A cidade de São Paulo, a mais rica do país, fechou a convenção coletiva com aumento de 6,5% sobre o salário", compara. Segundo Milano, a paralisação está desabastecendo os hospitais e prejudicando os pacientes. "Já estamos em colapso de atendimento", garantiu.
O tesoureiro do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde (Sindesc), Natanael Martini, afirmou que a greve deve continuar. Hoje, às 11 horas, o Sindesc promete levar todos os grevistas para a frente do Hospital Evangélico e realizar uma grande manifestação. De acordo com ele, o movimento não está colocando em risco a vida das pessoas e manterá o atendimento pracial, sem abrir mão da paralisação.
Prejuízos
Cerca de 40% dos funcionários do Hospital Cajuru entraram em greve. Onze cirurgias foram canceladas. Destas, cinco eram emergenciais. O problema acabou ocasionando demora no atendimento. No entanto, as emergências continuaram sendo atendidas.
No Hospital Pequeno Príncipe, das 43 cirurgias previstas, apenas 25 foram realizadas, entre elas duas de emergência. Para piorar, os 14 funcionários especializados em UTIs neonatais aderiram à greve. A direção da unidade remanejou funcionários de outros setores com experiência naquela área para não deixar as 16 crianças internadas sem atendimento. "Tivemos que tirar de outro setor para reforçar as UTIs", explicou o diretor corporativo do Pequeno Príncipe, José Álvaro Carneiro.
Na Maternidade Nossa Senhora de Fátima, o problema teria sido um tumulto causado pelos manifestantes. A informação é de que eles teriam invadido a unidade e se retirado em seguida. Alguns deles afirmam que ficaram apenas na rampa de acesso e não causaram qualquer problema à maternidade. Para evitar o mesmo problema, o Hospital Nossa Senhora das Graças conseguiu uma liminar na Justiça para garantir que manifestações na região do hospital sejam silenciosas para não prejudicar os pacientes.