Dezesseis pessoas foram presas nesta segunda-feira (20) no Rio Grande do Sul, no Paraná e em Santa Catarina acusadas de participar de um esquema de adulteração de leite no Sul do país.
De acordo com o promotor Carlos Alberto Galdino, que participou das operações, os presos são acusados de colocar no leite produtos impróprios para o consumo humano. "Pelo que investigamos, o leite estava contaminado com água oxigenada, soda cáustica, água e soro de leite".
As prisões desta segunda fazem parte da terceira operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) da cidade catarinense de Chapecó, para combater a adulteração de leite na região.
Produto adulterado
De acordo com o promotor, as adulterações acontecem desde maio deste ano e há possibilidade do produto adulterado ter chego à mesa dos consumidores. Ainda não é possível saber quais marcas vendem o leite adulterado. "A adição de material poderia acontecer em qualquer momento da cadeia", disse Galdino.
Segundo o Ministério Público (MP) de Santa Catarina, além das prisões, foram apreendidas notas ficais, documentos de transporte, além de produtos que seriam misturados ao leite em unidades industriais, residências e propriedades rurais de cidades catarinenses e gaúchas.
Galdino afirmou que o Ministério da Agricultura vai rastrear as informações colhidas durante a operação para identificar os lotes que usaram a matéria-prima com essas substâncias químicas. Pode ser determinado o recolhimento do produto do comércio.
Prisões
Um dos suspeitos foi preso em Cascavel, na região Oeste do Paraná. De acordo com o promotor Simão Baran Junior, porém, nenhuma empresa ou produtor do Paraná é investigado no esquema. O único preso no estado é de Santa Catarina.
Entre os presos, há responsáveis pelas empresas, funcionários e comerciantes de produtos químicos. As empresas envolvidas são das cidades catarinenses de Novo Horizonte, Santa Terezinha do Progresso, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Formosa do Sul, São Bernardino e da gaúcha Iraí.Em setembro, o Ministério Público de Santa Catarina denunciou (acusou formalmente) 48 pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha que adulterava leite no interior do Estado.
Segundo o promotor, as investigações começaram há seis meses e estão voltadas a crimes contra a saúde pública e para garantir os direitos dos consumidores. "Investigamos transportadores, laticínios, produtores, onde os funcionários estariam adulterando o leite".
Os envolvidos podem ser acusados de formação criminosa e adulteração de produto alimentício. As penas previstas, de acordo com Galdino, dão de três e quatro anos, respectivamente.