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Delegado Marcos Eduardo Cabello mostra os documentos apreendidos durante a Operação Manjedoura | Jonathan Campos - Gazeta do Povo
Delegado Marcos Eduardo Cabello mostra os documentos apreendidos durante a Operação Manjedoura| Foto: Jonathan Campos - Gazeta do Povo

A Polícia Federal (PF) cumpriu todos os 19 mandados de prisão da "Operação Manjedoura" em Curitiba. As pessoas detidas são suspeitas de integrarem uma quadrilha especializada em fraudes ao sistema previdenciário e que já teria causado mais de R$ 11 milhões em prejuízos aos cofres públicos. Pela manhã foram presas 17 pessoas e durante a tarde os dois últimos suspeitos foram detidos.

De acordo com a assessoria de imprensa da PF, todos os presos foram levados para a carceragem da Polícia Federal. Todos os mandados de busca e apreensão em residências e consultórios médicos também foram cumpridos. A operação da PF foi feita em conjunto com a Previdência Social.

Fraudes

Conforme apontaram as investigações, o grupo agia desde 2001 e era responsável pela intermediação de benefícios para segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). "O grupo induzia ao erro médicos peritos do órgão, de modo a garantir auxílios-doença e até aposentadorias por invalidez a pessoas absolutamente saudáveis", explica o agente Marcos Koren, chefe de Comunicação Social da PF no Paraná. "Para isso, a quadrilha contava com a participação de psiquiatras, que forneciam atestados que declaravam distúrbios inexistentes", detalha. O bando contava inclusive com um escritório, localizado no bairro Santa Felicidade.

Dos 19 mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Federal Criminal de Curitiba, 17 foram contra beneficiários de forma ilegal, sendo sete de uma mesma família, e dois contra médicos psiquiatras. Além das prisões, a Justiça decretou a o sequestro de veículos e o arresto de um imóvel que pertence aos acusados, bem como o cancelamento dos benefícios fraudulentos.

Há suspeitas de que, ao todo, aproximadamente mil benefícios tenham sido concedidos de forma irregular. Todos os pagamentos estão suspensos e passarão por revisão. Os presos serão indiciados por estelionato e formação de quadrilha, crimes sujeitos a penas de até oito anos de reclusão.

Esquema semelhante

Em dezembro de 2008, cinco pessoas foram presas, também em Curitiba, acusadas de integrar uma quadrilha que fraudava benefícios de auxílio-doença previdenciário de forma semelhante ao bando alvo de mandados nesta quarta-feira. O grupo agia havia quatro anos e, de acordo com estimativa da PF, já havia causado prejuízos de mais de R$ 8 milhões aos cofres públicos. Por intermediar os benefícios, para cerca de quatro mil clientes, a quadrilha recebia parte desses auxílios recebidos.

Alguns dos clientes do grupo tinham, de fato, incapacidade de trabalhar. Caso o trabalhador fosse saudável, era montado um processo de solicitação do benefício, baseado em atestados médicos e outros documentos fraudados. Para isso, a quadrilha contava com a participação de um médico, clínico geral, que fornecia os falsos laudos.

Para passar pela perícia do INSS, os intermediários instruíam os segurados sobre o modo de agir e como se comportar durante os exames periciais, simulando doenças, na maior parte dos casos relacionadas a distúrbios psiquiátricos, e induzindo a erro os médicos peritos previdenciários. Assim podiam receber o auxílio-doença sem que apresentassem incapacidade para o exercício de suas atividades trabalhistas.

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