Criado em 2004 para substituir o Provão, o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Exame) ainda é criticado por estudantes e instituições de ensino. A prova, obrigatória para concluintes do ensino superior privado e federal, será realizada amanhã por 196.855 alunos de cursos tecnológicos e da área de saúde de 904 instituições.
Neste ano, a prova tem novidade: o Inep, responsável pelo Enade, publicou portaria determinando que o aluno terá de ficar, no mínimo, uma hora na sala para garantir sua participação na prova. Até então, ele podia assinar a presença e ir embora. O objetivo é coibir boicotes, embora o governo afirme que a prática é muito reduzida: ano passado, apenas 0,56% das provas foram deixadas em branco.
A cada três anos, o mesmo grupo de graduações é avaliado. Pelo resultado, o curso pode ser punido e proibido de realizar vestibular. As instituições criticam especialmente o peso dado às avaliações dos estudantes. As respostas dos universitários representam 70% no cálculo do Conceito Preliminar de Curso (CPC), indicador de qualidade das graduações o porcentual considera o desempenho dos candidatos na prova (55%) e a avaliação do curso feita por eles (15%).
Importância
Estudante do 9.º semestre de Fisioterapia de uma faculdade privada de Brasília, Bruno Prola, 30 anos, aprova o exame. "A imagem da faculdade é muito importante na hora de pleitear uma bolsa de pesquisa ou de pós-graduação no exterior", avalia. As instituições também se preocupam com as notas e incentivam os participantes. A universidade de Bruno, por exemplo, definiu que aqueles que acertarem acima de 70% do Enade terão desconto de igual porcentual em uma mensalidade.
Mas essa competição no ranking das melhores instituições também é alvo de críticas. "Somos contra o ranqueamento. Defendemos um sistema de avaliação gradual, para as universidades poderem consertar os problemas estruturais ao longo do curso", afirma Vinícius Neves, coordenador-geral da Denem, entidade que representa estudantes de Medicina do país.