O município de Castro, nos Campos Gerais, tem um exemplo mal sucedido de programa habitacional para a baixa renda. A Casa da China, construída na Vila Operária há 20 anos, foi projetada para atender 33 famílias com no máximo dois membros. Hoje, abriga pelo menos 200 famílias (70 crianças) que se deparam com rachaduras, infiltrações, ligações elétricas irregulares e esgoto entupido. A solução para as famílias promete chegar até o fim 2007.
No início de dezembro, conforme o diretor municipal de Obras, Marcos Vinícius Napoli, haverá uma reunião entre técnicos da prefeitura e os condôminos. Há um projeto para demolir o condomínio, construir um centro de lazer no local e remanejar as famílias para um novo espaço ao lado. O projeto está orçado em R$ 1,5 milhão e depende de aprovação de financiamento pela Caixa Econômica Federal. Segundo Napoli, a previsão é que a realocação das famílias ocorra no fim de 2007.
A Casa da China foi inspirada em condomínios que buscavam colocar o maior número de pessoas no menor espaço possível. No início, os moradores pagavam um aluguel simbólico, mas com o tempo a prefeitura perdeu o controle sobre o processo. Hoje, para morar na Casa da China é preciso pagar R$ 500 pelo apartamento de um cômodo, no piso inferior, ou até R$ 1,5 mil pelo apartamento maior.
A dona de casa Rosane Machado era bóia-fria quando, há 15 anos, morou na Casa da China. Permaneceu com os filhos no local por seis anos e abriu mão da moradia por não ter dinheiro para pagar o aluguel. "Tinha pesadelo com o despejo e resolvi entregar as chaves." Há seis meses, Rosane voltou a morar na Casa da China, mas teve que pagar R$ 500 por um novo apartamento. (MGS)