Milhares de manifestantes tomaram as ruas do Centro de Curitiba na tarde de domingo (13), no maior ato já realizado na cidade contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Nos discursos, predominavam gritos de “Fora PT”, pedidos de impeachment e manifestações contra a corrupção e em apoio à Lava Jato. Não faltaram bandeiras do Brasil, camisetas verde-e-amarelas e máscaras com a foto do juiz Sergio Moro.
A Polícia Militar (PM) estimou um fluxo de 200 mil pessoas . Segundo o movimento Vem Pra Rua, 300 mil pessoas participaram do ato. Até agora, a maior adesão havia sido registrada em 15 de março de 2015, com 80 mil pessoas.
Sob o céu nublado e temperatura de 15º C, a multidão seguiu em passeata da Praça Santos Andrade à Boca Maldita. Apesar de o movimento ser noticiado como apartidário, os principais alvos foram o PT, Dilma e o ex-presidente Lula. A todo instante eclodiam brados como “1, 2, 3, Lula no xadrez”.
“O Brasil inteiro está sofrendo muito com tudo o que está acontecendo”, disse a estudante Nathalia Langer, que usava uma máscara com a imagem de Sergio Moro.
Em rápidas conversas com os participantes, a Gazeta do Povo estimou que o ato foi maciçamente integrado pela classe média – havia muitos empresários ou empregados do setor privado. A faixa etária de quem protestou era diversa. Havia desde crianças até idosos e muitas famílias inteiras. Pouquíssimos negros foram vistos no protesto.
“Nos manifestamos contra a corrupção, independentemente do partido político. O Brasil tem que varrer a sujeira e fazer logo a reforma política e tributária”, disse o empresário Luciano Sottomaior.
Vem pro “camarote”
Cerca de 50 pessoas pagaram para se manifestar de camarote. Eles ficaram em um terraço do hotel Slaviero Slim, na Boca Maldita, onde funciona um restaurante. Enquanto bradavam palavras de ordem, consumiam vinho, cerveja ou água mineral. Segundo um funcionário, cada um pagou R$ 20 para assistir ao ato do estabelecimento. A manifestação transcorreu de forma pacífica. Apenas uma pessoa foi detida por portar fogos de artifício.
Sem políticos
Nenhum político paranaense se arriscou a participar publicamente do ato. Ninguém tomou a palavra para discursar. Apenas o deputado Ney Leprevost foi visto com a família em um café na Boca Maldita. Já os manifestantes não pouparam críticas ao senador Roberto Requião (PMDB) – a quem acusam de ser “bolivarianista” – e à senadora Gleisi Hoffmann (PT). O governador Beto Richa (PSDB) foi mencionado em momentos pontuais.
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