Estragos são causados pelo homem
Especialistas são unânimes em afirmar que o grande causador das enchentes é o homem. Eles dizem que as fortes chuvas de verão sempre irão acontecer, mas a população pode e deve criar mecanismos para evitar as consequências. O principal vilão é a impermeabilização do solo, que veio com a construção e ocupação das grandes cidades. "Ocupamos áreas que são naturalmente alagáveis, obviamente quando chover elas vão alagar", afirma Renato Lima, geólogo e diretor do Centro de Apoio Científico em Desastres da UFPR (Cenacid). Ele acredita que cada vez mais haverá inundações, alagamentos e prejuízos mais catastróficos.
Como se proteger
O que fazer ao verificar os riscos de enchentes:
- Avise imediatamente ao Corpo de Bombeiros ou Defesa Civil sobre áreas afetadas pela inundação;
- Não deixe crianças trancadas em casa sozinhas;
- Mantenha sempre pronta água potável, roupa e remédios, caso tenha que sair rápido da sua casa;
- Avise aos seus vizinhos sobre o perigo, no caso de casas construídas em áreas de risco de deslizamento.
- Coloque documentos e objetos de valor em um saco plástico bem fechado e em local protegido;
- Desconecte os aparelhos elétricos da corrente elétrica para evitar curtos-circuitos nas tomadas;
- Feche o registro de água;
- Retire todo o lixo e leve para áreas não sujeitas a inundações;
- Feche bem as portas e janelas.
- Não use equipamentos elétricos que tenham sido molhados ou em locais inundados, pois há risco de choque elétrico e curto-circuito.
Fonte: Defesa Civil de Santa Catarina
As chuvas de verão que castigam o país desde novembro do ano passado deixaram um saldo impressionante: 200 pessoas morreram e quase 200 mil ficaram desabrigadas ou desalojadas com as enchentes. No total foram seis estados prejudicados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Centenas de municípios decretaram situação de calamidade e, apesar de não se saber exatamente o valor do prejuízo, ele pode passar da casa dos bilhões. A única certeza entre os especialistas é que o homem é o grande causador dessa tragédia.
O primeiro estado atingido foi Santa Catarina, em novembro do ano passado. A enchente deixou algumas cidades com um cenário de pós-guerra. Os catarinenses tiveram o maior número de óbitos. O saldo final foi parecido com o de um conflito armado: 135 mortos e 15 mil desabrigados e desalojados. O estado seguinte a ter fortes chuvas foi o Rio de Janeiro, onde quase 50 mil pessoas ficaram sem suas casas.
Em Minas Gerais houve o maior número de desabrigados. Perto de 100 mil pessoas perderam seus lares, o recorde do país, e 30 perderam suas vidas devido às enchentes. A Defesa Civil do estado calcula que 800 mil cidadãos foram prejudicados. Junto com Minas, os estados de São Paulo e Espírito Santo sofreram com as inundações no início deste ano. Na capital paulista os moradores ainda sentem os efeitos das fortes chuvas. No último fim de semana mais três pessoas morreram, totalizando 13.
O Espírito Santo foi menos atingido, mas mesmo assim teve cinco mortes por leptospirose. A doença é um preocupação que vem em um segundo momento, mas que é tão prejudicial quanto as chuvas. Foram confirmados 55 casos no estado no início de janeiro. Em São Paulo, a Secretaria de Saúde do estado está alertando a população. A recomendação é que as pessoas usem luvas e botas para realizar a limpeza das casas.
Segundo o médico Rached Hajar Traya, chefe do pronto-socorro do Hospital do Trabalhador, a doença é causada pela urina do rato e os principais sintomas são náuseas, dor muscular, febre e dor de cabeça. Se não for tratada rápido, pode levar à morte. "É preciso evitar áreas onde há acúmulo de água fruto de enchente. O paciente que contrai a doença fica com cor amarelada e pode ter insuficiência renal e até vir a óbito". Há também riscos de surtos de diarreia e outras doenças causadas por parasitas.
Danos
A infraestrutura dos estados é bastante prejudicada com as fortes chuvas. Em Minas Gerais, mais de 170 pontes foram destruídas. Em Santa Catarina várias rodovias foram danificadas por quedas de barreiras e desmoronamentos, entre elas a BR-101, ligação entre o estado e o Paraná. Vinte rodovias estaduais tiveram trechos interrompidos, como a SC-416, quilômetro 30, entre Jaraguá do Sul e Pomerode, SC-470 entre Itajaí e Blumenau, e a SC-486 entre Itajaí e Brusque.
Para tentar diminuir os estragos, a sociedade civil, os governos municipais, estaduais e federal liberaram verbas para ações emergenciais. Em Santa Catarina, a Defesa Civil arrecadou mais de R$ 33 milhões em doações. Parte da verba será uma bolsa-auxílio com duração de seis meses no valor de R$ 415 para as famílias atingidas pelas chuvas. O restante será destinado à reconstrução de casas. No Rio de Janeiro a Assembleia Legislativa destinou R$ 27 milhões para os municípios afetados pelas chuvas.
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