Cerca de 200 pessoas participaram de protesto contra a PEC 37 em Curitiba na manhã de ontem. A concentração começou na Boca Maldita e o grupo seguiu até a Praça Santos Andrade. A manifestação era contra a PEC 37, proposta de emenda à Constituição que tira o poder de investigação do Ministério Público (MP) e o concentra nas polícias.
Depois do ato, os manifestantes foram ao Centro Cívico para limpar a destruição causada durante o protesto de sexta-feira. Estações-tubo, prédios públicos e particulares, lojas, restaurantes, orelhões e lixeiras foram depredados na ocasião.
A manifestação da Boca Maldita foi a menor dos últimos dias, quando milhares de pessoas tomaram as ruas de Curitiba. No Facebook, a página do evento tinha cerca de 18 mil confirmações.
Um dos organizadores afirma que o protesto teve menos participação por causa do quebra-quebra nos confrontos de sexta-feira. "A população se sentiu acuada e hostilizada de participar por medo da violência", analisa Luan de Rosa e Souza, coordenador nacional do Dia do Basta.
O protesto contra a PEC 37 aconteceu também em outras 28 cidades do país. No Paraná, além da capital, protestos também ocorreram em Maringá, Telêmaco Borba e União da Vitória.
Se aprovada, a PEC 37 vai alterar o Artigo 144 da Constituição Federal, que trata da segurança pública. A ele seria acrescido o seguinte item: "A apuração das infrações penais de que tratam os artigos 1.º e 4.º deste artigo incumbem privativamente às polícias federal e civis dos estados e do Distrito Federal, respectivamente".
A proposta seria votada na próxima quarta-feira, mas foi adiada por falta de entendimento entre membros do Ministério Público e da Polícia Federal.
Outros estados
No Rio de Janeiro, 25 manifestantes acampados na Praia do Leblon desde a noite de sexta-feira prometiam permanecer na esquina da casa do governador Sérgio Cabral até amanhã. Eles já criaram o movimento Ocupe Delfim Moreira, em uma referência ao nome da avenida da orla.
No centro de Belo Horizonte (MG), manifestantes ocuparam a Praça Sete e marcharam até o Estádio do Mineirão, distante 11 quilômetros do início do protesto, onde foi realizada a partida entre Japão e México, pela Copa das Confederações.