Em Goiânia, umidade do ar cai a 12%
Folhapress
Com 12% de umidade relativa do ar ontem, Goiânia (GO) foi a capital em situação mais crítica devido ao clima seco no país, de acordo com medições do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Outras cinco capitais registraram umidade do ar mínima entre 12% e 20%.
Em São Paulo, a mínima ficou em 19%, segundo medição feita na estação do mirante de Santana, na zona norte. Segundo a Defesa Civil, a umidade registrada por volta das 13h30 chegou aos 13%, deixando a cidade em estado de alerta pelo terceiro dia consecutivo.
Campo Grande (MS) teve umidade mínima de 14% ontem, e Belo Horizonte (MG) ficou com 19%. Palmas (TO) e Cuiabá (MT) registraram índices de 20%. Em Brasília (DF), a mínima foi de 22%.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS ), índices de umidade relativa do ar inferiores a 30% caracterizam estado de atenção; de 20% a 12%, estado de alerta; e abaixo de 12%, estado de emergência. Na prática, quanto mais grave o estado decretado, maior é a probabilidade de incidência de doenças respiratórias.
Ontem, a situação de emergência era registrada em seis das 27 estações do Inmet espalhadas pelo estado de São Paulo.
As mais secas
Confira as cidades do Paraná que registraram a umidade relativa do ar abaixo de 20% ontem:
- Cambará 15,5%
- Paranavaí 17,6%
- Cianorte 17,9%
- Maringá 18,2%
- Assis Chateaubriand 18,3%
- Londrina 18,9%
- Toledo 19,6%
- Apucarana 19,9%
Tempo seco persistente e vento são condições que devem levar 2010 a bater o recorde de incêndios ambientais e a superar o ano de 2007, quando foram registrados 202.299 focos o maior número desde 2002 , segundo o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe). A estimativa é do Instituto Chico Mendes, ligado ao Ministério do Meio Ambiente e que cuida de 96 áreas preservação em todo o país. Segundo o coordenador-geral de Proteção Ambiental da entidade, Paulo Carneiro, o número de focos de calor detectados pelos satélites não está fora da média dos anos anteriores e ainda está longe dos números de 2007, mas neste ano o fogo está se propagando mais facilmente. "Neste mês, um incêndio no Parque Nacional das Emas, em Goiás, destruiu uma área de 100 mil hectares em apenas 36 horas, o equivalente a mais de 80% da reserva. Algo parecido aconteceu no Tocantins, onde uma área de mais de 30 mil hectares sumiu e apenas um dia. São regiões que, além do tempo seco atual, sofrem com uma estiagem que já vem de 90 dias. Embora estejamos longe de 2007 em número de focos, o estrago deve ser maior neste ano", exemplifica Carneiro. De acordo com a Agência Brasil, de janeiro a agosto de 2007 foram registrados 59.915 mil focos de incêndios no Brasil. Em 2010, até aqui, foram contabilizados 37.788 focos, sendo a maioria deles em Mato Grosso (3.953), no Pará (2.607) e Tocantins (1.133). "É importante lembrar que os satélites detectam focos de calor de 3 hectares ou mais e que, apesar de fazerem a verificação em vários horários do dia, podem deixar passar alguns focos, ou seja, os números podem ser ainda piores", alerta Carneiro.
O Instituto está trabalhando, atualmente, com 10 aeronaves 8 no combate ao fogo e 2 no monitoramento de áreas do Tocantins e de Rondônia, onde a situação é crítica. "Também vamos contratar, até outubro, 1.600 brigadistas, número que ainda não é o ideal, mas que já representa 20% a mais do que no ano passado". Como os incêndios são uma questão sazonal, Carneiro explica que o Instituto trabalha com o remanejamento desses brigadistas de acordo com a necessidade. Os 1.150 que já estão trabalhando há mais de três meses estão concentrados nas áreas do centro-oeste e sudeste do país. "Aqueles que serão contratados daqui para frente devem reforçar o combate no sul da Bahia e depois no Rio Grande do Sul", explica. Além do Parque Nacional das Emas, em Goiás, a entidade também está em estado de alerta no Parque Nacional do Araguaia e na Serra Geral do Tocantins, e também no Parque Nacional Nascentes do Parnaíba, no Piauí.
Paraná
Até as 18 horas de ontem, o Corpo de Bombeiros já havia contabilizado um total de 6.046 atendimentos a incêndios ambientais em todo o estado 1.267 neste mês de agosto, 17% a mais que agosto de 2009 , com uma concentração maior nas regiões de Maringá (2.346) e Londrina (1.221).
Curitiba tem calor recorde para um mês de agosto
O Instituto Tecnológico Simepar informou ontem que Curitiba registrou a temperatura mais alta para um mês de agosto (30,5°C). No meio da tarde, os índices de umidade relativa do ar estavam entre 20% e 30% em todo o Paraná e abaixo de 20% em oito cidades, o que é considerado estado de alerta pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Nesse estado, recomenda-se não praticar exercícios entre 10 e 16 horas, consumir bastante água, usar soro fisiológico nos olhos e nas narinas e evitar aglomerações e o sol.
Falta de água
Segundo a Sanepar, os reservatórios das cidades de Conselheiro Mairinck, Ibaiti e Siqueira Campos já começaram a ser afetados pela falta de chuva. Em Conselheiro Mairinck, houve queda de vazão no Ribeirão Vermelho. O manancial superficial já não está atendendo à demanda. Há risco de desabastecimento nos próximos dias, caso a estiagem persista.
Em Ibaiti, o Ribeirão Grande está abaixo da vazão necessária. A demanda está sendo atendida com captação emergencial. E em Siqueira Campos, a altura da lâmina de água está abaixo da crista da barragem. Há risco de desabastecimento nos próximos dias. A Sanepar recomenda que a população dessas cidades use água tratada racionalmente para evitar a falta.
Pantanal
A falta de chuvas e as queimadas ameaçam um dos mais importantes patrimônios ambientais do Brasil e do mundo: o Pantanal. Pesquisadores da Universidade Federal do Mato Grosso estão preocupados especialmente com a baía do Chocororé. O Pantanal é considerado o terceiro maior reservatório de água doce do mundo. Os cientistas disseram que a baía registrou o mais baixo nível dos seus últimos 38 anos. A situação fica mais grave porque a previsão de chuvas é para a segunda quinzena de setembro. Há mais de cem dias não chove no estado, o que tem aumentando o número de queimadas.
Serviço:
Em caso de incêndio de grandes proporções ligue para a Defesa Civil (193) ou para a Força Verde (0800-643-0304).
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