Paranapoema A Polícia Militar cumpriu ontem a ordem de reintegração de posse na Fazenda Santo Antônio, também conhecida como Campo Santo, em Paranapoema, no Noroeste do estado. Por volta das 6 horas da manhã, com a chegada dos 400 policiais, cerca de 130 famílias de sem-terra ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) esboçaram uma reação, mas foram controladas depois da detenção de 21 pessoas. Dezenove delas foram liberadas até o fim da tarde, e vão responder a termo circunstanciado. Os dois que estariam com armas de fogo, segundo a polícia, ficaram presos.
Os sem-terra ficaram sabendo da operação policial um dia antes e se mobilizaram para resistir, mas não houve confronto. A Polícia Militar informou que durante a vistoria nos barracos das famílias que estavam na área foram encontradas duas armas de fogo (uma espingarda e uma garrucha), além de armas brancas de fabricação caseira como faca e facão. Os policiais passaram a maior parte do dia cadastrando as famílias no acampamento e fazendo o transporte. O cadastro da PM mostrou que 149 pessoas ocupavam a área, que fica a dois quilômetros do Centro de Paranapoema (algumas pessoas só foram até o local para dar apoio, quando souberam da reintegração).
O proprietário da fazenda, Orandir Martins, disponibilizou ônibus e caminhões para transportar os sem-terra até as suas cidades de origem. A maioria das famílias preferiu ir para a Cooperativa do MST em Paranacity, vizinha a Paranapoema. Os sem-terra alegam que a área é improdutiva.
Cerca de dez caminhões foram utilizados pela PM para o transporte dos objetos dos sem-terra. A previsão é de que a retirada só termine hoje, por causa da forte chuva que atingiu a região ontem.
A reintegração de posse da fazenda deveria ter sido cumprida no dia 1.º, mas os sem-terra ameaçaram resistir e a operação foi adiada para ontem. A propriedade havia sido desocupada pacificamente pelos sem-terra no dia 2 de agosto passado, porém eles retornaram à área alguns dias depois. Cerca de 800 famílias chegaram a se instalar no local.
O dono da propriedade garante que a fazenda de 800 hectares é produtiva, conforme atestam laudos do Incra. Ele disse que os prejuízos são muitos, porque não conseguiu fazer o plantio da safra de verão conforme pretendia.
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