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Brasília (AG) – Dos 57 deputados que comunicaram à Câmara que vão abrir mão dos salários extras pagos durante a convocação extraordinária, apenas sete são integrantes do Conselho de Ética, órgão composto por 30 parlamentares, entre titulares e suplentes. A convocação, iniciada em 16 de dezembro, foi pedida ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), pelo presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP). Ele e outros integrantes do conselho foram justamente os que mais pressionaram Aldo a decidir pela convocação. Logo depois o Conselho de Ética informou que só reiniciaria suas atividades em 9 de janeiro (próxima segunda-feira), quase um mês depois do início da convocação extraordinária.

Dos sete integrantes do conselho que abriram mão do salário extra, três se negaram a receber o dinheiro em suas contas: Orlando Fatazzini (PSol-SP), Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Mendes Thame (PSDB-SP).

Outros dois deputados indicaram à Câmara entidades de assistência social que vão receber o dinheiro: Chico Alencar (PSol-RJ) e Gustavo Fruet (PSDB-PR). Izar e o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) fizeram o mesmo, mas somente nesta semana, após ter o dinheiro depositado em suas contas. Eles anunciaram que vão destinar o salário extra para entidades filantrópicas.

Sobre a convocação extraordinária, Izar disse que o Conselho de Ética foi prejudicado pelo prazo fixado para o início dos trabalhos no recesso.

Ele argumentou que o Conselho, desde o começo, pediu uma convocação extraordinária não remunerada.

"Eu não entendi, até agora, como conseguiram fazer uma convocação a partir do dia 16 de dezembro. Na pior das hipóteses, deveria ser feita a partir do dia 3 de janeiro, mas para todos os deputados. Para ter uma idéia: vou trabalhar a semana toda, de segunda a sexta, e vou ficar aguardando os deputados voltarem a plenário e esperar o prazo de cinco sessões. Está tudo errado. Foi uma convocação mal feita porque deveria ser para todos os deputados", afirmou.

O deputado acrescentou que na próxima semana pelo menos quatro dos 11 processos em análise no Conselho de Ética devem estar prontos para seguir ao plenário da Câmara. Ele informou que até o fim da convocação extraordinária estarão concluídos seis processos.

"Isso (o parecer) só poderá ser lido e votado depois de cinco sessões do plenário. Como o plenário não está funcionando, o Conselho de Ética precisa esperar o dia 16 para começar a contar os prazos", explicou.

Apesar do desgaste político dos parlamentares, que estão recebendo dois salários extras de R$ 12.847,00 pela convocação, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PcdoB-SP), não fez críticas aos ausentes nem ao vazio do conselho, um dos principais motivos da convocação.

"Não vou fazer julgamento das atividades do Conselho de Ética. Eu acho que o conselho é um órgão autônomo da casa que tem as suas atribuições e as suas responsabilidades e tem de ser julgado no cumprimento dessas responsabilidades e dessas atribuições", disse.

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