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A hipertensão é constatada em pessoas cuja pressão arterial é igual ou superior a 14 por 9 | Arquivo/ Gazeta do Povo
A hipertensão é constatada em pessoas cuja pressão arterial é igual ou superior a 14 por 9| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo

Doença silenciosa

Saiba como a hipertensão se manifesta e o que pode causar o surgimento da doença:

Origem

- 95% dos casos de hipertensão são de origem genética. O problema pode começar mais cedo ou mais tarde, dependendo de hábitos e estilo de vida.

- 5% dos casos têm origem em alterações no organismo, como apneia do sono, estreitamento da artéria renal, nódulos formados na glândula suprarrenal e uso de medicamentos que elevam a pressão.

- Um adulto precisa de 5 gramas (g) de sal por dia, mas consome cerca 12g a 15g. 76% do sal consumido diariamente está em produtos industrializados.

- Mulheres depois da menopausa, negros e idosos têm tendência a ter mais complicações por causa da hipertensão.

Gatilhos

- A doença pode se manifestar por causa de: consumo de cigarro, obesidade, sedentarismo, colesterol alto, depressão, alta ingestão de sal, gordura, açúcar e carboidratos.

Controle em idosos

- Pressão arterial deve ser menor que 14 por 9 em pessoas de 65 a 79 anos. Acima de 80 anos, é tolerada a pressão máxima maior que 14.

- O tratamento deve começar com mudanças no estilo de vida, com atividades físicas, controle de peso, redução do sal e menor consumo de álcool.

- A pressão deve ser medida com o paciente sentado e em pé -em idosos, diabéticos e pessoas com problemas renais pode haver variação da pressão nas duas posições.

Fonte: Folhapress.

Pesquisa divulgada ontem pelo Ministério da Saúde mostra que um a cada quatro brasileiros (23%) sofre de hipertensão – doença crônica que, se não tratada, pode levar ao derrame, insuficiência renal ou problemas cardiovasculares. O trabalho mostra que os índices estão estáveis no país, com pequenas variações para mais ou para menos com relação aos últimos cinco anos, mas nitidamente com ocorrência maior entre pessoas com menos escolaridade.O fosso fica evidente no grupo feminino: o índice da doença entre as menos escolarizadas é duas vezes e meio maior do que entre as mulheres que passaram mais tempo na escola. Entre aquelas com até oito anos de estudo, 34,8% dizem ter pressão alta. Entre as com 12 anos ou mais de escolaridade, 13,5% revelam ter a doença.

No grupo masculino, o fenômeno se repete. Entre aqueles que apresentam até oito anos de estudo, 30% dizem ser hipertensos. Já entre os que estudaram 12 anos ou mais, o porcentual é de 16,2%. A pesquisa, feita por telefone com 54.339 adultos das 26 capitais e do Distrito Federal, está na quarta edição. Em 2006, primeiro ano avaliado, a diferença entre grupos também existia, mas em menor proporção.

O ministro da Saúde, Ale­xandre Padilha, atribui a diferença entre os grupos ao acesso à informação. "Engana-se quem acredita que hipertensão é doença de rico", afirmou. Diante dos números, ele diz ser necessário reforçar as medidas preventivas, como orientações mais enfáticas sobre dietas mais equilibradas e o incentivo à prática de exercícios físicos.

Ranking

A pessoa é considerada hipertensa quando a pressão arterial é igual ou superior a 14 por 9. A doença é causada pelo aumento na contração das paredes das artérias para fazer o sangue circular pelo corpo. Esse movimento sobrecarrega órgãos como o coração, os rins e o cérebro. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente os medicamentos necessários para o controle da hipertensão arterial.

A pesquisa mostra que o menor índice de hipertensão está em Palmas (TO), onde 13,8% da população se diz hipertensa. O maior porcentual foi registrado no Rio de Janeiro (29,2%), seguido por Belo Horizonte (25,1%) e Recife (23,6%). Para o ministério, a diferença entre os estados está ligada principalmente à idade da população. Onde há mais pessoas com idade acima de 60 anos, maior o indicador. "No Rio, há maior concentração de pessoas com idade mais elevada, sobretudo entre o grupo feminino", afirmou o ministro.

Idade e sexo

Os números gerais também mostram essa diferença. A doença atinge 8% da população com idade entre 18 e 24 anos ouvida na pesquisa. Entre aqueles com 55 anos ou mais, 50% apresentam o problema. As diferenças são notadas ainda entre o grupo masculino e o feminino. O índice de hipertensão é maior entre mulheres (34,8%) do que em homens (20,7%). Para Otaliba Libânio, diretor do Departamento de Análise de Situação de Saúde do ministério, a diferença nos porcentuais não é provocada por maior risco de mulheres de desenvolver a doença, mas pelo melhor diagnóstico. "Mulheres vão mais ao médico", disse.

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