Pelo menos 24,7 mil pessoas pagaram para receber a vacina contra a gripe A (H1N1) nas clínicas privadas em Curitiba. O número teria sido maior não fosse a baixa oferta na rede privada, que aguarda o envio de mais doses dos laboratórios e distribuidoras. Enquanto isso, na rede pública, há baixa procura pela vacina entre os adultos de 30 e 39 anos. Somados os números das redes privada e pública, pelo menos 1,1 milhão de pessoas foram vacinadas na capital.
De sete clínicas consultadas pela reportagem, apenas duas informaram ter a vacina disponível ontem: o Hospital Pequeno Príncipe e a Alergoclin. As pessoas que buscam a rede particular são, na maioria, as que não se enquadram nos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde e as que preferem pagar para se proteger também contra a gripe comum a vacina disponível na rede pública imuniza apenas contra a gripe A. Os clientes, no entanto, geralmente têm de aguardar pela vacina e deixar seu nome em uma lista de espera.
Devido à baixa oferta, o preço da vacina subiu. Antes de as doses chegarem à cidade, previa-se um custo ao consumidor de R$ 50 a R$ 60. No entanto, a média de preço hoje é de R$ 100, com valores oscilando de R$ 80 a R$ 130. Mesmo com a oferta em queda, as clínicas continuam com a esperança de receber mais doses.
O proprietário da Inalar Clínica de Inaloterapia, José Bonifácio Petroski, diz que aguarda uma nova remessa e que há "bastante" gente na fila. "A gente teme que irá ficar mês de junho sem a vacina", diz. A clínica imunizou cerca de 1,5 mil pessoas.
Segundo Mauro Scharf, diretor médico do Frischmann Aisengart, será muito difícil receber mais doses além das 12,5 mil já aplicadas pelo laboratório, devido à limitação de fabricação. "Temos feito pedido para trazer mais doses, mas parece que a maioria já trabalha na imunização da próxima cepa", diz. O diretor explica que os laboratórios estão em fase de pesquisas, para saber qual a cepa que irá circular no ano que vem.
O Frischmann Aisengart realizou uma pesquisa sobre o perfil das 12,5 mil pessoas vacinadas. Segundo o levantamento, 53,1% foram mulheres e 46,9% homens. Quanto à idade, 25,6% tinham até 9 anos, 55,2% de dez a 59 anos e 19,1% acima de 60 anos.
Já a rede pública teve de prorrogar até o dia 2 de junho a campanha de vacinação, diante da baixa procura de adultos de 30 a 39 anos. Gestantes e crianças de 2 a 4 anos ainda podem se vacinar.