As novas regras para circulação de veículos no anel central de Curitiba completaram um mês nesta quarta-feira (16) e o balanço parcial é considerado positivo pela prefeitura. Na chamada Área Calma, em que não é permitido rodar acima de 40 km/h, houve redução no número de acidentes. Em média, 272 motoristas foram multados - a grande maioria, por exceder o limite de velocidade.
De acordo com o levantamento, foram registradas 4.083 autuações. O número foi considerado relativamente baixo pela prefeitura. Pelo polígono formado por 140 quarteirões – delimitado pelas ruas André de Barros, Mariano Torres, Luiz Leão, Inácio Lustosa e Visconde de Nacar – passam 310 mil veículos por dia – e 0,09% foram multados.
A Área Calma, que começou a vigorar no dia 16 de novembro, é fiscalizada por 12 pares de radares, instalados em cruzamentos. O diretor de engenharia da Secretaria Municipal de Trânsito, Mauricio Razera, conta que ainda não estão sendo feitas fiscalizações com radares móveis. Ele afirma que houve um entendimento de que era preciso esperar que os motoristas se adaptassem às novas regras. A data do início do monitoramento com radares móveis ainda não foi definida.
Os radares fixos registraram 3.310 autuações por excesso de velocidade da via em até 20% além do permitido; 437 por exceder o limite de velocidade da via entre 20% e 50% além do permitido; 198 por avanço de sinal vermelho; 103 por parada na faixa de segurança; 27 por exceder o limite de velocidade da via acima de 50% além do permitido; e oito por conversão proibida à esquerda. A s multas variam de R$ 85,12 a R$ 574,61.
As vias com maior número de multas foram aquelas em que antes era permitido trafegar a 60 km/h, como a Inácio Lustosa e a Mariano Torres. Razera conta que ainda não tem dados detalhados sobre as multas, indicando se motos, carros ou veículos pesados são os mais autuados. Também não se sabe se há muita reincidência (veículos flagrados várias vezes).
Acidentes
Os dados do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), nas três semanas entre 16 de novembro e 8 de dezembro foram registrados 28 acidentes nas cinco vias que delimitam o perímetro da Área Calma. No período imediatamente anterior – quatro semanas, entre 17 de outubro a 15 de novembro – foram 44 acidentes. Não houve acidentes com morte nesses dois períodos. Em todas as ruas, o número de acidentes foi, no mínimo, igual ao registrado no período anterior.
Contudo, a prefeitura comparou as primeiras três semanas da Área Calma com as quatro semanas anteriores à implantação. Razera afirma que o prazo é muito curto para que se posso fazer uma avaliação exata dos efeitos da Área Calma, mas que considera que a redução de colisões, principalmente em tempos de maior circulação de pedestres e veículos, já é um ponto a ser considerado.
O modelo da Área Calma é inspirado em várias cidades, principalmente europeias, que reduziram os limites de velocidade em algumas regiões e viram a redução no número de mortes no trânsito. Um atropelamento acima de 80 km/h, por exemplo, é quase sempre fatal enquanto que uma batida a menos de 30 dificilmente deixa vítimas gravemente feridas. O tempo para a reação do motorista e também dos pedestres é maior quando a velocidade é mais baixa.