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Saúde

30% das brasileiras nunca fizeram mamografia

Vinícius Budel: médico diz que Paraná tem mamógrafos suficientes para atender a população | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Vinícius Budel: médico diz que Paraná tem mamógrafos suficientes para atender a população (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

Três em cada dez brasileiras nunca fizeram mamografia, exame que identifica o câncer de mama. A maioria usa só o autoexame como forma de prevenção. Isso contribui para que o índice de mulheres que morrem todos os anos devido à falta de cuidado seja alto no país. Essa é uma das conclusões da pesquisa divulgada ontem pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).

A pesquisa revelou que as mulheres que são atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são as que menos se preocupam com a prevenção desse tipo de câncer – e as que mais fazem o autoexame. Os especialistas garantem que, principalmente após os 40 anos, o autoexame sozinho não é suficiente, porque não identifica os pequenos tumores. Presidente da Femama, a médica mastologista Maira Caleffi, diz que é preciso conscientizar as mulheres sobre a necessidade da mamografia, porque a mortalidade é muito alta para uma doença que tem cura.

Maira explica que os pacientes do SUS em geral têm menos informação e mais dificuldade para conseguir marcar o exame, devido à demora. "Espero que a partir de 29 de abril, com a lei que torna obrigatório oferecer a mamografia gratuita, esse quadro mude. Tem de mudar", diz a médica.

O Paraná possui cerca de 70 mamógrafos em todo o estado. De acordo com o oncologista da Unidade de Mama do Hospital de Clínicas da UFPR e médico do departamento de doenças e agravos da Secretaria de Estado da Saúde, Vinicius Budel, o número é suficiente para atender as mulheres que se consultam pelo SUS. Ele explica que mulheres que tiveram filhos com idade tardia – depois dos 25 anos – que são sedentárias e têm casos de câncer na família têm maior tendência.

Curitiba tem 12 mamógrafos que atendem pacientes gratuitamente, mas está entre as capitais com maior índice de morte pela doença. No ano passado, foram 167 casos, número quase dez vezes maior do que há dez anos. Os médicos explicam que o câncer de mama está atrelado à qualidade de vida e que nas capitais o perfil de mulher que desenvolve a doença é maior.

A professora aposentada Cleide Maria Campos, 53 anos, está dentro do grupo de risco. Por saber disso, após ter orientações médicas, há anos ela faz o exame todos os anos e ensina suas duas filhas, de 22 e 25 anos, a fazer o mesmo.

A pesquisa, encomendada pela Femama e realizada pelo Datafolha, foi feita com 1,8 mil mulheres entre 35 e 65 anos, em várias capitais do país.

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