Na tarde de ontem, os 25 homens que estavam presos na carceragem do 3.º Distrito Policial (DP), no bairro Mercês, em Curitiba, foram transferidos da unidade. Com a remoção, Curitiba comemorou o esvaziamento das celas das delegacias da Polícia Civil. Desde fevereiro, 314 presos foram retirados dos nove distritos quem mantinham carceragens e encaminhados a casas de custódia ou ao sistema prisional.
"Com isso, vamos dobrar a capacidade de investigação da Polícia Civil. Investigadores que eram desviados de função para cuidar dos presos vão poder ir às ruas", apontou o delegado Luiz Alberto Cartaxo, chefe da Divisão de Investigação Criminal. A transferência faz parte de um plano conjunto entre as secretarias de Estado da Segurança Pública (Sesp) e da Justiça (Seju), e Vara de Execuções Penais (VEP).
Dos 13 distritos da capital, apenas o 11.º manterá uma carceragem ativa. A unidade passará a funcionar provisoriamente como um centro de triagem masculino, onde os presos provisórios ficarão até serem encaminhados a uma casa de custódia. "No restante dos distritos, será mantido apenas um xadrezinho, em pequenas salas", disse Cartaxo.
Apesar das transferências, as delegacias especializadas de Curitiba como a Delegacia de Furtos e Roubos e a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos ainda mantêm carceragens superlotadas. O próximo passo da força-tarefa é tentar evacuar as celas dessas unidades.
Assim que Curitiba zerar o número de presos em distritos e delegacias especializadas da Polícia Civil, Seju, Sesp e VEP devem concentrar esforços nas carceragens de unidades da região metropolitana, onde cerca de 620 pessoas estão detidas hoje. Por fim, será a vez das delegacias do interior.
Menos distritos
Segundo Cartaxo, o esvaziamento das carceragens de Curitiba não está vinculados a um estudo técnico que prevê a redução do número de distritos na capital. De acordo com o projeto que se encontra ainda em fase embrionária seriam mantidos apenas o 1.º DP (Centro), 3.º DP (Mercês), 8.º DP (Portão), 11.º DP (CIC) e 12.º DP (Santa Felicidade). O delegado ressaltou que a Polícia Civil ainda não concluiu estudos do impacto que a mudança causaria.
"Precisamos saber, por exemplo, o volume de carteiras de identidade que essas unidades fazem por mês e o volume de boletins de ocorrência que registram. É preciso este trabalho estatístico e de impacto, antes de qualquer decisão", disse.
Apesar do enxugamento do número de DPs, as unidades que se manteriam abertas passariam a passar com mais delegados (em torno de quatro) e com uma equipe maior (cerca de 50 investigadores).
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