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Clima

35 anos da neve em Curitiba

Combinação de frio e chuva dos últimos dias fez o curitibano sofrer... | Daniel Derevecki / Gazeta do Povo
Combinação de frio e chuva dos últimos dias fez o curitibano sofrer... (Foto: Daniel Derevecki / Gazeta do Povo)
...mas temperatura não está baixa o suficiente para repetir a neve de 1975, que cobriu os telhados da capital |

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...mas temperatura não está baixa o suficiente para repetir a neve de 1975, que cobriu os telhados da capital

Há exatos 35 anos, o curitibano deixou de reclamar do frio para comemorar. Uma coincidência climática somou temperatura abaixo dos 2ºC abaixo de zero e a fina chuva, gerando um dos fenômenos mais esperados por parte da po­­pulação: a neve. "O curitibano acordou mais cedo ontem e entre surpreso e extasiado pôde apreciar um espetáculo que em intensidade igual havia ocorrido apenas em 31 de julho de 1928", afirmou a manchete desta Gazeta do Povo, em 18 de julho, um dia após a neve. Um dos principais pontos de saída de Curitiba, a Rodoferroviária in­­verteu sua lógica e passou a receber passageiros de cidades próximas para ver o incomum acontecimento.

O frio de três décadas atrás, porém, está longe de se repetir nesse aniversário, e a chance de ver neve em qualquer região do Paraná está descartada pelo Simepar. A atual frente fria que incomoda os curitibanos não tem a força suficiente para proporcionar neve, que naquele 17 de julho causou congestionamento do sistema telefônico da capital e emperrou muitos carros.

Meteorologista do Simepar, Marcelo Brauer afirma que não há nada de extraordinário nas temperaturas registradas nesta semana. "A diferença é que ha­­via uma sequência de calor, e as pessoas não esperavam a volta do frio. Curitiba, por exemplo, já registrou -2,5ºC em 2000", relata. Uma série de fatores precisam acontecer simultaneamente para a neve cair: temperatura pelo menos abaixo dos -2ºC, muita umidade e uma chuva constante e fina, como a que caiu ontem durante todo o dia em Curitiba. "Se o frio da última quinta-feira fosse um pouco mais intenso e se somasse com a precipitação de ontem, a possibilidade de neve existiria", explica Brauer.

No Rio Grande do Sul, segundo o meteorologista, a neve é mais comum em razão da umidade mais elevada e das temperaturas mais baixas. "A neve só volta em Curitiba por um lance de sorte, porque as características da cidade diferem das cidades localizadas na serra gaúcha, onde se vê o fenômeno com frequência", afirma.

Negativas

O frio diminuiu, mas a Região Sul ainda registrou tempe­ra­turas negativas. Confira alguns dos municípios:

> Urubici (SC): -2,7°C

> Quedas do Iguaçu (PR): -2,3°C

> Bagé (RS): -2,2°C

> Quaraí (RS): -1,1°C

> Jaguarão (RS): -0,5°C

> Uruguaiana (RS): -0,5°C

> São Joaquim (SC): -0,4°C

> Dom Pedrito (RS): -0,1°C Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia

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