Ao todo 370 lotações ajudaram a amenizar os efeitos da greve de motoristas e cobradores de ônibus ontem. Os motoristas do transporte "emergencial" viram no movimento de paralisação uma chance de tentar reforçar o orçamento. Quem fez o cadastro ontem ainda vai poder continuar circulando hoje. Mas se a greve acabar, a liberação é interrompida.
Assim que ouviu no rádio que a Urbs estava cadastrando veículos para servirem de lotação, o vendedor autônomo Cláudio Roberto decidiu aproveitar a chance para fazer um dinheiro extra. Desde às 8 horas ele fez o trajeto Praça Rui BarbosaBoqueirão e cobrou R$ 4 por passageiro valor máximo estipulado pela Urbs. Até as 14h30, ele havia feito oito viagens, transportado 30 pessoas e faturado R$ 120, o suficente para pagar os R$ 100 que havia gastado em gasolina para encher o tanque de seu carro Santana. "Vai depender do movimento da tarde, mas eu acho que vou ganhar muito mais aqui do que se estivesse trabalhando normalmente", afirma.
O motorista de transporte escolar Elias de Souza aproveitou o intervalo da entrada e saída das aulas para usar o seu microônibus como lotação. "É uma chance de reforçar o orçamento", esperava. Na última greve, em 2002, em apenas um dia de serviço ele lucrou R$ 150.
Qualquer carro particular estava apto a cadastrar ontem, das 7 às 17 horas, na Urbs. Para tanto era necessário apresentar o documento do veículo e de habilitação de motorista. Além disso, o carro passava por uma vistoria na hora. O processo todo de liberação não demorava menos de 15 minutos. "A intenção era diminuir a burocracia ao máximo", explicou o presidente da Urbs, Paulo Schimidt.