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Paraná

4 cidades têm epidemia de dengue

Em Peabiru, o prefeito (camisa listrada) encontrou criadouros no interior de árvores | Carlos Ohara/ Gazeta do Povo
Em Peabiru, o prefeito (camisa listrada) encontrou criadouros no interior de árvores (Foto: Carlos Ohara/ Gazeta do Povo)

Pelo menos quatro cidades do Paraná estão sofrendo uma epidemia de dengue. A confirmação foi dada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) ontem, durante videoconferência com mais de 300 prefeitos e secretários de saúde de municípios infestados. De acordo com a pasta, o estágio epidêmico ocorre em Peabiru, Fênix (ambos na região Centro-Oeste), São Carlos do Ivaí e Japurá (no Noroeste).

De acordo com a Sesa, a confirmação de epidemia ocorre pela combinação de vários fatores, como alto índice de infestação das larvas do mosquito transmissor, a grande incidência de casos e o número de habitantes.

Com apenas 13,6 mil moradores, Peabiru soma 186 casos confirmados desde agosto do ano passado – quando se inicia a curva epidemiológica da doença – a maior quantidade do estado. Na sequência aparece São Carlos do Ivaí, com 149 confirmações para uma população de 6,3 mil habitantes. Em Fênix (com 4,8 mil habitantes) foram confirmados 17 casos, enquanto em Japurá (com 8,5 mil moradores), 25 pessoas contraíram a doença.

A situação também é preocupante em Paranavaí (na região Noroeste), que apesar de não apresentar um quadro de epidemia, já soma 111 casos. Juntas, as cinco cidades representam 73% dos 667 casos de dengue confirmados no Paraná até o momento, 189 a mais do que o informado no boletim do último dia 7. Já o número de casos notificados – suspeitos – subiu de 5.131 para 6.131 em uma semana.

Durante a videoconferência, o superintendente de Vigilância em Saúde da Sesa, Sezifredo Paz, informou que o governo estadual vai reforçar o apoio aos municípios com um incentivo financeiro para melhorar a vigilância em saúde, inclusive no combate à dengue. "A previsão é que cerca de 30 municípios prioritários recebam esses recursos em caráter emergencial. Os outros 369 também serão beneficiados posteriormente."

Período delicado

Na avaliação do secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, o Paraná entrou no período mais delicado em relação à doença, situação motivada por três fatores: o aumento gradativo dos casos, as condições climáticas favoráveis para a proliferação do Aedes aegypti e a confirmação do primeiro caso de dengue tipo 4 no estado, ocorrido em Paranavaí.

Comunicado da Sesa informa que toda a população está suscetível ao sorotipo 4, o que facilita a disseminação da dengue. Segundo a secretaria, também aumenta o risco de ocorrência de casos graves, como a febre hemorrágica.

Alerta

Morte em Peabiru pode ser a 1ª. causada por dengue em 2013

Carlos Ohara, correspondente

A suspeita de que um advogado de 75 anos possa ter morrido por causa da dengue hemorrágica deixou a população em estado de alerta e de quase pânico coletivo em Peabiru, no Centro-Oeste do estado. O homem morreu na segunda-feira na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital de Campo Mourão. A Secretaria de Estado da Saúde afirmou que foi notificada sobre o caso, mas aguarda a confirmação de exames laboratoriais sobre a causa da morte.

Segundo a assessoria de imprensa da pasta, se for confirmada, a morte do advogado deverá ser a primeira causada por dengue no Paraná neste ano, já que, no momento, não há nenhum outro óbito suspeito sendo averiguado. O corpo do advogado, velado no fórum da cidade, foi enterrado no fim da tarde de ontem.

Temerosos em contrair a doença, moradores correram às farmácias e supermercados em busca de repelentes e inseticidas. Os estoques destes produtos estão esgotados na maioria destes estabelecimentos, de acordo com relatos dos comerciantes.

O prefeito da cidade, Claudinei Minchio, informou que famílias que moram no município e estão em férias em outras cidades informaram aos parentes que não pretendem voltar de imediato a Peabiru. "Outros estão preparando as malas para deixar a cidade", afirmou.

No posto de saúde 24 horas, dezenas de moradores esperam na fila para verificar se foram contaminados. Três médicos, no período diurno, e dois, durante a noite, se revezam no atendimento de pacientes. Quase a totalidade dos 22 leitos disponíveis na unidade estão ocupados por pessoas infectadas.

Guerra

Para tentar conter o avanço do contágio, a prefeitura colocou várias equipes para percorrer a cidade na tentativa de exterminar os criadouros. O batalhão de pessoas foi reforçado por equipes de municípios da região. Carros-fumacê espalham o inseticida no final da noite no perímetro urbano.

Criadouros estão sendo localizados no interior de árvores ou em formações de galhos, onde a água da chuva fica acumulada. Equipes epidemiológicas estão verificando uma a uma, aplicando uma massa composta por areia, cal, cimento, sulfato de cloro e água.

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