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Depois de um ano e três meses do confronto armado entre sem-terra e seguranças contratados pela multinacional Syngenta Seeds, começam a ser ouvidas, nesta segunda-feira (26), 41 testemunhas de acusação do caso. A troca de tiros, que aconteceu na fazenda experimental da empresa, localizada em Santa Tereza do Oeste, região de Cascavel, terminou com a morte do líder sem-terra Valmir Mota de Oliveira, conhecido como Keno, e do segurança Fábio Ferreira de Souza.

Os depoimentos começam às 13 horas e devem terminar na terça-feira (27). De acordo com o telejornal Bom Dia Paraná, da RPC TV, das 41 testemunhas de acusação, 35 serão ouvidas no Fórum de Cascavel, que receberá reforço policial durante as audiências. As seis pessoas restantes serão ouvidas em outras cidades e terão seus depoimentos anexados posteriormente ao processo.

A sessão será presidida pelo juiz Juliano Nanúncio, que não chegou a divulgar a lista das pessoas que serão ouvidas. A imprensa não foi autorizada a fazer imagens da audiência ou dos depoimentos, e o juiz informou que não irá gravar entrevista até que todos os depoimentos sejam concluídos. Segundo a Justiça, ainda não foi definida uma data para os depoimentos das testemunhas de defesa.

Confronto

O confronto que resultou nas duas mortes aconteceu no dia 21 de outubro de 2007, após uma invasão por cerca de 200 integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) na fazenda da Syngenta. A área, onde a empresa realizava experiências com material geneticamente modificado, havia sido desocupada em julho daquele ano pelos mesmos sem-terra, depois de diversas liminares que determinavam a reintegração de posse.

Na tentativa de impedir a nova invasão, seguranças da empresa NF entraram em confronto com camponeses. Os seguranças presos na época confirmaram a participação no conflito. Eles afirmaram para a polícia terem sido contratados pelo Movimento dos Produtores Rurais para retirar pessoas que tentassem invadir a área.

Quatro seguranças e o dono da empresa NF, que havia sido contratada pela Syngenta, foram presos por conta do confronto. Dois sem-terra também tiveram prisão preventiva decretada, mas não chegaram a ser presos, pois estavam fora do país. Todas as prisões foram revogadas.

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