Subiu para 51 nesta segunda-feira (24) o número de crianças de uma escola particular de Santo André que estão internadas em hospitais da Região Metropolitana de São Paulo com infecção intestinal. No domingo (23), eram 41 crianças e o secretário de Saúde do município Homero Duarte disse que até quinta-feira (27) novos casos ainda podem ser registrados já que a provável bactéria causadora da doença tem período de incubação de 7 dias.
Os primeiros registros surgiram na sexta feira (21) quando 13 crianças do colégio Jatobá foram hospitalizadas. De acordo com o secretário, exames de cultura de quatro crianças foram positivos para a presença da bactéria shiguella sonnei, comumente encontrada em alimentos mal manipulados e importante agente de doenças infecciosas diarreicas.
Ainda de acordo com o Departamento de Vigilância e Saúde do Estado, o Instituto Adolfo Lutz está fazendo a análise de culturas para certificar se esta é mesmo a bactéria causadora do surto. O instituto já descartou que a contaminação possa ter ocorrido pela água.
Todos os 51 casos são de estudantes da escola com quadro de infecção gastrointestinal (gastroenterite), com quadro de diarreia, dor abdominal, vômito, febre, dor de cabeça e desidratação. Por isso, a vigilância sanitária estadual determinou que a escola fique fechada até a conclusão dos laudos (exames de cultura das crianças e inspeção na cozinha e dependências da escola), o que só deve acontecer no final da semana.
De acordo com Duarte, as primeiras internações foram de crianças de 4 a 9 anos que ficavam em período integral na escola e por isso realizavam todas as refeições na unidade. Depois os casos foram registrados também em crianças menores que ficavam menos tempo na escola e tinham apenas uma refeição no local. “O período de incubação de bactérias desse tipo é de 7 dias e então ainda podem ter outros portadores da doença que não manifestaram os sintomas”. Foram colhidas amostras dos alimentos servidos na escola nos dias 17, 18, 19 e 20 de agosto.
Dos 51 internados, 4 estão na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Brasil. O caso mais grave é de um menino de 8 anos que apresentou severa desidratação e precisou passar por um procedimento de laparatomia exploratória. “Ele está melhorando, já não precisa mais de aparelhos para respirar. Mas seu quadro ainda expira cuidados”.
O colégio explicou na sexta-feira (21) em comunicado no próprio site, que a causa da infecção seria “uma bactéria muito agressiva, ainda não havendo o diagnóstico exato de qual seria essa bactéria especificamente.” A instituição ressaltou que ficou sabendo dos casos na quinta-feira e que, a partir de então, deu início às “medidas possíveis para controlar a situação e minimizar seus efeitos”. De acordo com a direção da escola, “4 ou 5” crianças passaram mal no colégio, em dias diferentes. O jornal O Estado de S.Paulo procurou os responsáveis pela escola nesta segunda-feira (24) mas ninguém foi localizado.