A Polícia Federal prendeu 51 pessoas ontem em uma operação contra a disseminação de pornografia infantil na internet. A operação, chamada de Darknet, foi deflagrada em 18 estados, incluindo o Paraná, e no Distrito Federal e apura o uso de mecanismos que ocultam a identificação dos computadores para facilitar a prática de crimes.
O estado de São Paulo foi o que teve a maior quantidade de presos (12). Segundo a Superintendência da PF no Rio Grande do Sul, responsável pela investigação, é a ação contra pornografia infantil com o maior número de prisões da corporação. Foram detidas em flagrante 45 pessoas. No Paraná, três pessoas foram presas e a PF cumpriu cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Curitiba (1), Araucária (2) e Campo Magro (2). Houve detenção de pessoas que portavam material pornográfico em cada uma dessas cidades.
A investigação também identificou, segundo a polícia, 11 suspeitos de armazenar e compartilhar material desse tipo no exterior, em países como México, Colômbia e Itália.
De acordo com a PF, esta é a primeira vez que se consegue investigar no Brasil crimes na "internet profunda", chamada de deep web. Os dados desse tipo de rede só são acessados por quem tem conhecimentos na área e dificilmente são descobertos porque não são catalogados como sites convencionais. "À medida que se vai a ambientes mais restritos da deep web, onde se consegue mais anonimato, as perversões aumentam, são mais explícitas", diz o agente da PF Luiz Walmocyr, que participou da operação.
A apuração dos crimes começou há um ano. Segundo a PF, além dos 51 presos, outras quatro pessoas foram detidas anteriormente em Minas Gerais, São Paulo e Goiás. Essas detenções foram antecipadas, diz a polícia, porque havia crianças sob risco iminente de estupro. Seis crianças foram resgatadas.
O caso que mais chamou a atenção dos policiais foi o de um homem em Minas que disse, na internet, que iria abusar da filha que ainda não havia nem nascido. Os policiais afirmam que os presos são homens dos mais diversos perfis. Entre os detidos, há um militar, um agente penitenciário, um seminarista e empresários. Os nomes não foram informados.
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