Brasília Para vencer o desafio de chegar a 2025 com índice zero de fome no mundo, seria necessário investimento entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões por ano, diz o representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, José Tubino. "É um valor infinitamente menor do que o que se gasta com guerras", afirma Tubino.
A FAO informou ainda que 52 milhões de pessoas estão subnutridas e 7% das crianças menores de 5 anos sofrem de desnutrição crônica na América Latina e no Caribe. Ao persistir este quadro, serão necessários 70 anos para que o problema seja erradicado, diz o representante regional da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, que também é assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e um dos autores do Fome Zero.
A meta de acabar com a fome no mundo está entre os oito objetivos de desenvolvimento do milênio melhorias de caráter social, econômico e ambiental definidos pela Organização das nações Unidas (ONU) na Cúpula do Milênio, realizada em 2003 em Nova Iorque (Estados Unidos). Estima-se que existam hoje 854 milhões de pessoas subnutridas no mundo.
O desafio da segurança alimentar será tema de diversos debates e atividades no Brasil de hoje a domingo, em que o país se insere na Semana Mundial da Alimentação. Este ano, ela tem como tema "Fortalecer a agricultura familiar para garantir a segurança alimentar".
Segundo os dados da FAO, os pequenos são a maior parte dos produtores agrícolas do mundo.
José Tubino lembra que esses produtores enfrentam muitos obstáculos fora de seu controle, como falta de crédito, posse insegura de terra, sistema de transporte fraco, baixos preços e relações de negócios com agronegócio pouco desenvolvidas.
O Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro, é celebrado na mesma data de criação, em 1945, da FAO, cujo objetivo é elevar os níveis de nutrição e de desenvolvimento rural.