Cinquenta e cinco presos do sistema penitenciário do Paraná conseguiram, neste ano, vagas gratuitas em cursos superiores de universidades públicas e privadas. As vagas foram obtidas por meio de vestibulares (com autorização do Departamento de Execuções Penais – Depen) e do Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem-PPL).
Esta última modalidade tem o mesmo nível da avaliação feito pelos demais estudantes, mas ocorre em data diferente e é aplicada nas penitenciárias. O Paraná tem 18 mil presos. Neste ano, 1.730 se inscreveram no Enem-PPL e 1.554 fizeram a prova.
A coordenadora de Educação, Qualificação e Profissionalização do Depen-PR, Glacélia Quadros, explica que o fato de conseguir a vaga é o primeiro passo para presos que querem fazer o curso superior. “Temos presos que fizeram o Enem na prisão, conseguiram alvará de soltura e vão cursar normalmente a faculdade. Temos um detento que fez a inscrição na universidade, trancou a matrícula e no próximo semestre estará no semiaberto, podendo ir às aulas. Temos casos em que o juiz autorizou o detento de regime fechado a cursar. Há também casos em que o juiz não autorizou e outros que ainda estão em trâmite.”
Glacélia diz que depois que são feitas as provas, o setor pedagógico de cada instituição penal é responsável por fazer as inscrições nas universidades. Os detentos concorrem com todo mundo. “Esse resultado ocorre porque há um alto investimento e o trabalho conjunto das secretarias [de Estado], estabelecimentos penais e escolas que atendem o sistema prisional.”