Brasília – Pelo menos 58 dos 86 parlamentares acusados de participar da máfia das ambulâncias vão disputar a eleição deste ano. Eles tiveram os pedidos de impugnação da candidatura negados pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de suas regiões. Apenas oito candidatos perderam o direito temporário de voltar a ocupar um cargo público. Somente um estado, Rio de Janeiro, divulgou ter levado em conta a investigação na hora de julgar as candidaturas.

CARREGANDO :)

Até agora, nenhum parlamentar admitiu responsabilidade no esquema. Os deputados Marcelino Fraga (PMDB-ES) e Coriolano Sales (PFL-BA) renunciaram para escapar do processo de cassação. Coriolano Sales também desistiu de sua candidatura à reeleição, assim como outros nove suspeitos. São eles: Almerinda de Carvalho (PMDB-RJ), Jorge Pinheiro (PL-DF), Josué Bengston (PTB-PA), Lino Rossi (PP-MT), Osmânio Pereira (PTB-MG), João Batista (PP-SP). E quatro desistiram na última semana: Fernando Estima (PPS-SP), Marcos Abramo (PP-SP) e Almeida de Jesus (PL-CE).

O prazo para os TREs julgarem as impugnações terminou na quinta-feira. Os que entrarem com recurso serão julgados ainda pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O prazo para recorrer da decisão do TRE é de três dias.

Publicidade

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara abriu processos individuais contra cada um dos parlamentares citados no relatório parcial da CPI e deverá notificá-los na próxima semana. A comissão considerou existirem provas contra esses deputados, citados e acusados em de-poimentos. Contra muitos, pesa ainda gravações telefônicas feitas pela polícia federal e comprovantes de depósitos e transferências bancárias.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adiou ontem mais uma vez a resposta à consulta do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) sobre medidas preventivas para dar entrada em ação que possa impedir a posse de parlamentares envolvidos em denúncias de corrupção. O relator dos caso, ministro Gerardo Grossi, não compareceu à sessão por causa da morte de um amigo. Na última terça-feira, a consulta também foi retirada de pauta porque era aniversário do relator e ele saiu da sessão mais cedo.