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"São João"

PM espera reduzir em 9% o número de homicídios após ofensiva policial

Antônio Senkovski

A Polícia Militar estima que o índice de homicídios diminua em 9% no Paraná depois da Operação São João, realizada simultaneamente nos 399 municípios do estado entre 11 de junho e 2 de julho. A comparação é com o número de homicídios registrado no mês anterior. O balanço, no entanto, ainda não está finalizado. Durante o período da operação, os policiais apreenderam armas e drogas ilegais. Na Grande Curitiba, a previsão do comando da polícia é de que a diminuição do número de mortes violentas chegue a 24%.

De acordo com o subcomandante geral da PM, coronel César Alberto Souza, a operação traz um detalhamento dos crimes no estado que possibilita determinar com mais eficácia as próximas ações policiais. A ofensiva policial teve duas frentes principais: barreiras e abordagens. Nas cidades menores, parte dos agentes fazia barreiras nas estradas e outro grupo realizava rondas nos municípios.

Foram apreendidas 56 armas de fogo; cinco simulacros e 292 munições; 707,1 quilos de maconha, 1,7 quilo de cocaína, 1.847 pedras de crack e 852 buchas, bolas ou pedras de outras drogas. A operação abordou 39.852 pessoas, das quais 48 foram apreendidas, 210 detidas e 20 assistidas, e 13.464 veículos (sendo 333 apreendidos e 18 recuperados).

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Temor e confiança

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Pesquisa de opinião divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Apli­­cada (Ipea) revela que é alto o medo da violência no Brasil e baixa a confiança nas polícias que combatem os crimes mais próximos do cotidiano do cidadão.

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O Ipea publicou a segunda rodada de pesquisa sobre segurança pública feita pelo Sistema de Indicadores de Percepção Social, criado pelo instituto. Desta vez, 3.799 pessoas foram entrevistadas em todas as regiões do país.

A cada grupo de dez brasileiros, pelo menos seis têm "muito medo" de assalto à mão armada, assassinato e arrombamento da residência, conforme apurado pela pesquisa. Mais da metade das pessoas sente "muito medo" de sofrer agressão. O porcentual de "nenhum medo" em todos os quesitos (assalto à mão armada, assassinato e arrombamento da residência) é em torno de 10%, com exceção do tema sofrer agressão, em que o porcentual é 18,2%.

Mulheres inseguras

As mulheres se sentem menos seguras que os homens. Apenas 7,8% das entrevistadas disseram não sentir "nenhum medo" de assalto à mão armada, enquanto 16,9% dos homens têm a mesma sensação. Metade dos homens entrevistados afirma ter "muito medo" de assalto à mão armada, enquanto três quartos das mulheres têm a mesma intranquilidade.

A amostra da pesquisa permite comparações entre as regiões. Em todos os quesitos, o Nordeste (com mais de 70% das respostas indicando "muito medo") lidera os temores de violência.

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Além da sensação de insegurança, a pesquisa ouviu a opinião dos entrevistados sobre as instituições policiais. Apenas a Polícia Fe­­deral (PF) teve índice aci­­ma de 10% na resposta "confia muito". As polícias civis e militares dos estados, polícias com os maiores efetivos e mais próximas do cotidiano dos cidadãos, atingiram apenas 6% das respostas "confia muito". Cerca de 9% disseram "confiar muito" na Polícia Rodoviária Federal.

Em cada dez entrevistados, seis concordam que a PF e a PRF realizam "seu trabalho com competência e eficiência". Mais da metade dos entrevistados em todo o país discordam da afirmação de que a "Polícia Civil realiza investigações sobre crimes de forma rápida e eficiente''.

Menos de 45% discordam que a PM "atende às emergências de forma rápida e eficiente". Segundo o Ipea, mais de 63% de todos entrevistados afirmaram que "os policias no Brasil tratam as pessoas com preconceito".

Confiança

Apesar desses indicadores, a maioria da população ainda confia na polícia. Somente cerca de um quinto (20%) disse "não confiar" nas polícias militares e nas polícias civis, enquanto 15% avaliaram negativamente a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.

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A desigualdade social, a falta de investimento em educação e o aumento do tráfico de drogas foram apontados como as principais causas da criminalidade. A maioria dos entrevistados discorda de que os policiais no Brasil "recebem boa formação e são bem preparados''. Mais de um quarto dos entrevistados afirmam que ser policial é uma péssima opção de trabalho.