Barracas de lona: prefeitura monitora para evitar que ocupação se alastre| Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo

Um grupo de aproximadamente 600 famílias ocupou pacificamente no fim de semana uma extensa propriedade localizada na Rua João Dembinski, no bairro Fazendinha. De acordo com a prefeitura de Curitiba, o terreno tem cerca de 170 mil metros quadrados. Já na sexta-feira, chegaram os primeiros ocupantes. Delimitaram o espaço de cada família com fitas e montaram suas barracas de lona.

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Desde então, mais pessoas chegaram ao local, num movimento que continuou durante todo o fim de semana. Quase todos os espaços da propriedade foram ocupados. "Um foi falando para o outro da ocupação e foi aparecendo mais gente", conta a desempregada Daniele Borck, 29 anos, uma das primeiras a chegar.

Apesar da organização na distribuição dos terrenos entre as famílias, os ocupantes afirmam não ter um líder ou alguém que esteja coordenando o movimento. "Aqui é cada um por si. Nós viemos da Vila Itatiaia para cá porque não estávamos mais conseguindo pagar o aluguel desde que ficamos desempregados. E sei que tem muita gente que veio pelo mesmo motivo", comenta o marido de Daniele, Cleverson Gomes de Lima, 27 anos, também desempregado.

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A coordenadora da União Nacional por Moradia Popular no Paraná, Maria da Graça Silva de Souza, ressalta que a ocupação não tem qualquer ligação com outros movimentos. "Eu estive lá para oferecer ajuda para eles, mas não consegui identificar um líder e, por isso, acredito que é uma ocupação desordenada mesmo", analisa.

Ocupação

Segundo Daniele e Cleverson, a maioria das famílias que ocupam a propriedade moravam próximo ao local, mas algumas vieram da região metropolitana de Curitiba. Já uma vizinha, que não quis se identificar, garante que conhece os ocupantes e que quase todos são moradores da Vila Augusta, uma região próxima.

Uma placa no local indica que o terreno é de propriedade da CR Almeida Engenharia de Obras. No entanto, a empresa garante que não tem relação alguma com a área. A verdadeiro dona seria a Hafil Empreendimentos Imobiliários que, procurada pela Gazeta do Povo, reconheceu a posse, mas não quis se manifestar sobre o assunto.

A Guarda Municipal de Curitiba monitora os ocupantes para que eles não invadam uma propriedade próxima, com cerca de 40 mil metros quadrados, pertencente à Agência Curitiba de Desenvolvimento.

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