Das 183 mortes associadas à infecção pelo vírus Influenza do tipo H1N1 registradas no Paraná em 2016, 117 eram pessoas com mais de 50 anos, o que equivale a 63,9% do total. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), que divulgou novo boletim epidemiológico da gripe nesta quarta-feira (20).
Apesar de os idosos serem considerados um grupo de risco no caso da gripe – e por isso serem incluídos na campanha de vacinação do Ministério da Saúde –, os dados preocupam a própria secretaria. “O que tem chamado a atenção é que o número de óbitos na faixa dos 50 a 59 anos têm aumentado continuamente”, diz a chefe do Centro estadual de Epidemiologia, Júlia Cordellini.
Por isso, a recomendação da Sesa é de que assim que pessoas nessa faixa etária sentirem os primeiros sintomas de gripe, procurem um médicos. “Começou com febre, dor de cabeça e alguma dificuldade respiratória, não retarde a ida ao médico. O ideal é que a medicação [Tamiflu] seja iniciada nas primeiras 48 horas da doença, devido a melhor eficácia”, explica Júlia.
Ela pede ainda que todos invistam no autocuidado e no cuidado coletivo para evitar pegar e transmitir gripe para outras pessoas.
Casos e sazonalidade
Conforme o boletim da Sesa, além dos 183 óbitos associados ao H1N1, foram registrados 19 mortes em decorrência de outras variantes do vírus da gripe. Ao todo, foram confirmados 1.019 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) pelo vírus Influenza, 946 dos quais foram causados pela variante H1N1 (355 envolveram pessoas com mais de 50 anos).
O relatório diz ainda que a sazonalidade da gripe foi antecipada em 2016 de abril para março, o que, segundo a chefe do Centro estadual de Epidemiologia, é um dos motivos para o grande número de casos. “Aumentou o tempo de exposição das pessoas”, diz Júlia. Segundo ela, não é possível antecipar, porém, se o fim do “período da gripe” se antecipará por causa disso ou não.
De acordo com a infectologista do Hospital Marcelino Champagnat Viviane Dias, o período “normal” de ocorrência de gripe vai até setembro, com o fim do período frio e a mudança dos hábitos da população. Viviane afirma, porém, que a antecipação dos casos este ano não foi muito grande e pode voltar a acontecer. “Uma das explicações na época em que o surto chegou a São Paulo foi a questão da globalização e transferência de pessoas entre os hemisférios, e está todo mundo viajando bastante”, diz. Para ela, uma possibilidade para prevenir cenários como o desse ano no futuro seria adiantar a campanha de vacinação.
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora