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Munidos de apitos, cartazes, narizes de palhaço e baterias, cerca de 700 manifestantes voltaram a se pronunciar, em Curitiba, contra o aumento no valor das passagens de ônibus e a violência policial em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. O protesto, que começou na Boca Maldita, percorreu a Rua XV, a Praça Tiradentes, a Rua Barão do Serro Azul e seguiu, pela Avenida Cândido de Abreu, até o Palácio Iguaçu, na Praça Nossa Senhora de Salete.
Pessoas que já haviam participado da primeira manifestação - ocorrida na quinta-feira (13) - decidiram voltar, como a estudante Sara Jade, de 18 anos. "A gente precisa se manifestar. Independentemente do resultado, temos que mostrar nossa voz", afirma. A opinião era a mesma de Alexandre Lisboa, que estava surpreso com as pessoas que aderiram à caminhada. "A quantidade de gente superou minha expectativa. Vamos organizar outros atos com a coordenação de outras cidades", conta.
O soldado da Polícia Militar (PM) Eduardo Ribeiro dos Santos engrossava a cantoria dos manifestantes. Para ele, as atitudes tomadas pela polícia em São Paulo foram excessivas. "A violência faz com que seja necessário rever a postura da PM em todo o Brasil. Ao ver as imagens dos protestos, fica a pergunta: quem são os vândalos?", questiona.
Pessoas de todas as idades acompanharam a caminhada. A aposentada Maria da Silva, de 68 anos, cantava "Da Copa, eu abro mão. Quero transporte, saúde e educação" enquanto batia palmas. "As pessoas têm de falar para mudar o país", afirma. O estudante de psicologia Ruan Prochmann marchava em frente à Praça Tiradentes carregando a filha Isabelle Maria, de 11 meses. "Quero o passe livre para mim e um futuro melhor para ela", explica.
Mesmo com a paralisação das ruas Barão do Serro Azul e Cândido de Abreu, os motoristas não pareceram se importar e muitos buzinaram em apoio. Para o bioquímico Marcel Carneiro, "quanto mais pessoas, melhor". A autônoma Heloísa Salata concordava enquanto buzinava. "Protestos como esse são importantes para lutar contra as injustiças do país", enfatiza.
De acordo com a Guarda Municipal (GM) e a Secretaria de Trânsito (Setran), que acompanharam o protesto, não houve ocorrências. A recomendação, entretanto, era que, da próxima vez, comunicassem o trajeto às autoridades para poder garantir segurança aos manifestantes.
Uma reunião foi programada para este sábado, às 18 horas, na Praça Santos Andrade, para definir outras ações futuras. Uma nova manifestação, na segunda-feira (17), deve seguir o mesmo trajeto feito nesta sexta-feira. O ato principal, a "Farofada pelo Transporte Público", marcado para o próximo dia 21 de junho, está mantido e já conta com mais de 8 mil confirmados no evento organizado pelo Facebook.
Segundo dia
Este é o segundo dia de manifestação na capital paranaense. Na quinta-feira (13), o ato ocorreu na Boca Maldita, na Rua XV, e não houve registro de tumultos.
Organizado pela rede social Facebook, o protesto em Curitiba reúne grupos como a Organização das Farofadas, Marcha da Maconha, Marcha das Vadias e integrantes de partidos políticos. A iniciativa também busca divulgar a "Farofada pelo Transporte Público", marcada para o próximo dia 21 de junho, que já tem 400 confirmados no evento no Facebook.
Segunda Farofada do Transporte acontece no dia 21 de junho
A 2° Farofada do Transporte, programada para o dia 21 de junho, contava com a confirmação de aproximadamente 8 mil pessoas em evento promovido pela rede social Facebook até as 21h30 desta sexta-feira. De acordo com informações da página, a mobilização está programada para as 18 horas na Praça Rui Barbosa, no centro de Curitiba.
O protesto tem como principal queixa a situação do transporte público na capital paranaense. "A tarifa do ônibus é um absurdo, o governo estadual ameaça acabar com o transporte integrado. Os corajosos ciclistas arriscam a vida todos os dias nessas ruas carentes e ciclovias entre motoristas sem paciência e educação", diz o texto do evento.
Manifestação em Curitiba nesta sexta-feira