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Norte debaixo de água

72 horas de chuva desfiguram Londrina

Os irmãos Rodrigo e André Bernardo, de Vista Bela: obra recém-inaugurada ruiu | Gilberto Abelha/Gazeta do Povo
Os irmãos Rodrigo e André Bernardo, de Vista Bela: obra recém-inaugurada ruiu (Foto: Gilberto Abelha/Gazeta do Povo)

Três dias de chuvas deixaram Londrina irreconhecível. O saldo é de uma morte, um desaparecido, 42 áreas alagadas, 14 casas danificadas, 61 desabrigados. Os prejuízos afetaram a infraestrutura da cidade: houve rompimento de tubulações e parte do esgoto do Centro se misturou ao Igapó. O Corpo de Bombeiros convocou toda a guarnição de folga para o plantão.

Somente no sábado, Londrina recebeu 95 milímetros de chuva diante de uma média esperada de 140 milímetros para todo o mês de outubro. De acordo com o Simepar, desde a quarta-feira, o índice pluviométrico já estava em 165 milímetros.

Na Rua Joaquim de Matos Bar­­­reto, no Lago Igapó 2, a água atingiu mais de 1 metro e provocou es­­­­tragos na maior parte das residências. O lixo acumulado nas ruas contribuiu. "Em meia hora a casa estava tomada pela água", con­­­­tou o músico Carlos Hen­­rique, que conseguiu salvar so­­­mente o veículo – todos os mó­­­veis, roupas e eletrodomésticos foram perdidos.

A enchente invadiu até mesmo a parte mais baixa de mansões às margens do Igapó 1. "Impres­­­sionante, nunca tinha visto nada igual", registrou em um vídeo postado na internet o ambientalista João das Águas, acostumado a monitorar o Igapó.

A enxurrada provocou o fechamento, da Rua Almeida Garret, logo após a barragem do Igapó 1. Uma torrente de água quase submergiu a ponte e passou por cima das tubulações, invadindo a rua. Parte do asfalto desmoronou junto com tubos do abastecimento de água.

No começo da tarde de ontem foi encontrado no Ribeirão Quati o corpo do estudante de Ciências Sociais Luiz Henrique Caetano, 26 anos. Ele desapareceu na quinta-feira, na Vila Portuguesa, arrastado por uma torrente.

Pelo menos cinco casas correm risco de desabamento no recém-inaugurado Residencial Vista Bela, na Zona Norte. A casa do pedreiro Rodrigo Henrique Bernardo, 22, fica em um local íngreme. Sem muro de arrimo, desmoronou. "Sorte que não tinha ninguém dentro", diz seu irmão, André Bernardo, que habitava o puxadinho nos fundos do terreno.

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