Três dias de chuvas deixaram Londrina irreconhecível. O saldo é de uma morte, um desaparecido, 42 áreas alagadas, 14 casas danificadas, 61 desabrigados. Os prejuízos afetaram a infraestrutura da cidade: houve rompimento de tubulações e parte do esgoto do Centro se misturou ao Igapó. O Corpo de Bombeiros convocou toda a guarnição de folga para o plantão.
Somente no sábado, Londrina recebeu 95 milímetros de chuva diante de uma média esperada de 140 milímetros para todo o mês de outubro. De acordo com o Simepar, desde a quarta-feira, o índice pluviométrico já estava em 165 milímetros.
Na Rua Joaquim de Matos Barreto, no Lago Igapó 2, a água atingiu mais de 1 metro e provocou estragos na maior parte das residências. O lixo acumulado nas ruas contribuiu. "Em meia hora a casa estava tomada pela água", contou o músico Carlos Henrique, que conseguiu salvar somente o veículo todos os móveis, roupas e eletrodomésticos foram perdidos.
A enchente invadiu até mesmo a parte mais baixa de mansões às margens do Igapó 1. "Impressionante, nunca tinha visto nada igual", registrou em um vídeo postado na internet o ambientalista João das Águas, acostumado a monitorar o Igapó.
A enxurrada provocou o fechamento, da Rua Almeida Garret, logo após a barragem do Igapó 1. Uma torrente de água quase submergiu a ponte e passou por cima das tubulações, invadindo a rua. Parte do asfalto desmoronou junto com tubos do abastecimento de água.
No começo da tarde de ontem foi encontrado no Ribeirão Quati o corpo do estudante de Ciências Sociais Luiz Henrique Caetano, 26 anos. Ele desapareceu na quinta-feira, na Vila Portuguesa, arrastado por uma torrente.
Pelo menos cinco casas correm risco de desabamento no recém-inaugurado Residencial Vista Bela, na Zona Norte. A casa do pedreiro Rodrigo Henrique Bernardo, 22, fica em um local íngreme. Sem muro de arrimo, desmoronou. "Sorte que não tinha ninguém dentro", diz seu irmão, André Bernardo, que habitava o puxadinho nos fundos do terreno.