Destino
Saiba o caminho que o lixo percorre:
Lixo comum
- Por 21 anos, o lixo produzido em Curitiba e região metropolitana ia para o aterro no bairro da Caximba, a 23 quilômetros do centro da capital. Mas desde outubro de 2010, são dois os aterros provisórios que recebem o lixo comum: Fazenda Rio Grande, com 2,4 mil toneladas diárias e Araucária, com 100 toneladas. A licitação que vai escolher o local de depósito de lixo definitivo está sendo analisado na Justiça.
Lixo reciclável
- O material coletado pelo caminhão do "Lixo que não é lixo" é destinado à Usina de Valorização, em Campo Magro onde é selecionado e vendido para empresas. O dinheiro é revertido para os programas da Fundação de Ação Social (FAS). Já os materiais que são coletados pelos catadores são levados para cooperativas ou para barracões onde são revendidos à empresas.
Dicas
Reduza a produção de lixo em 13 passos:
- Leve a embalagem para carregar os ovos e o carrinho para as compras na feira.
- Use os dois lados de uma folha de papel e sempre avalie a necessidade de imprimir.
- Evite produtos descartáveis.
- Reutilize embalagens como potes para guardar mantimentos.
- Prefira produtos que tenham refil.
- Transforme roupas velhas em panos para limpeza.
- Faça modificações em roupas para mudar o visual sem precisar comprar uma nova peça.
- Dê preferência a embalagens de vidro, mais facilmente reaproveitadas e 100% recicláveis.
- Leve sacolas retornáveis quando for ao mercado ou ao shopping.
- Utilize pilhas recarregáveis.
- Escolha produtos a granel ou em grandes porções.
- Confira contas na internet e bloqueie o envio de extratos bancários pelos Correios.
- Verifique o valor da conta na máquina e cancele a segunda via do comprovante de uso do cartão.
O bordão "lixo que não é lixo, não vai pro lixo", difundido a partir de 1989 pela prefeitura municipal de Curitiba, ajudou a motivar os habitantes da capital a separar materiais recicláveis. Mas esse e outros programas ambientais que vieram depois ainda não foram capazes de sensibilizar a população para a necessidade de reduzir a quantidade de lixo produzido.
Um levantamento feito pela Paraná Pesquisas a pedido da Gazeta do Povo aponta que 82% dos entrevistados colaboram com a coleta seletiva, mas 73% admitem que não fazem esforços para diminuir a produção de resíduos.
A professora Ana Flavia Locateli Godoi, do departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Paraná, acredita que falta disciplina ao curitibano para realizar uma transformação. Para os especialistas, reduzir a produção de lixo é hoje mais importante que reciclar, pois além de deixar de colocar mais resíduos em circulação, a medida também evita gastos de matéria-prima como água e energia , utilizadas na recuperação desses materiais.
Ana Flavia assinala que a busca pela redução de lixo pode avançar mais entre os grandes produtores de rejeitos, como empresas e indústrias. "A única saída é a da estratégia poluidor-pagador, ou seja, quem gera mais resíduo deve pagar por isso. Isso existe em vários países da Europa", comenta.
Gerente municipal de limpeza, a engenheira Gisele Taborda Ribas acredita que reduzir a produção de lixo é mais difícil que realizar a separação porque exige repensar e se abdicar de alguns hábitos. Apesar disso, ela cita que muitos reduziram a produção de lixo mesmo sem perceber. "Ao usar a xícara em vez de copinho plástico ou não pedir sacolas em supermercados", exemplifica.
Consciente
Para Leny Toniolo, assessora técnica de educação ambiental da prefeitura de Curitiba, a aposta para a redução de lixo deve mirar no consumo consciente. "A pessoa deve se perguntar sobre a necessidade ou não de comprar determinados produtos: muitos vêm em uma embalagem, dentro de uma caixa, em uma sacola", diz ela, que assinala a necessidade de campanhas dirigidas com mais ênfase ao público jovem. "Na população adulta, os hábitos já estão arraigados. O processo de educação para cuidar do lixo é lento e os resultados não vem em curto prazo", diz.
Pesquisa
Poucos sabem para onde vai o lixo
O levantamento feito pela Paraná Pesquisas mostrou também que 76% dos entrevistados não sabem para onde é levado o lixo recolhido. "É muito cômodo colocar o saco na frente de casa e esperar que o caminhão da prefeitura magicamente resolva nosso problema", diz a professora Ana Flavia Locateli Godoi, do departamento de Engenharia Ambiental da UFPR. Ela defende que todos os cidadãos visitem pelo menos uma vez o aterro sanitário ou uma usina de reciclagem. "Assim, compreenderiam o longo caminho do lixo até seu destino", comenta.
A gerente municipal de limpeza, Gisele Taborda Ribas, reconhece que falta divulgação sobre o destino do lixo, mas que muitas pessoas o separam de forma errada. "Não adianta separar e depois colocar os sacos juntos, pois o caminhão compactador não faz a seleção", conta.
Nos vários projetos da prefeitura que incluem, por exemplo, o Câmbio Verde, que troca lixo reaproveitável por alimentos , são recolhidas 100 toneladas de recicláveis diariamente. É o dobro do coletado há quatro anos. A prefeitura avalia que a participação da população tem aumentado nos últimos anos. Enquanto o volume de lixo comum aumentou 15% em quatro anos, nesse período o montante de recicláveis coletados duplicou.
Contudo, Curitiba ainda está longe de reaproveitar tudo o que pode do lixo recolhido nas casas e empresas pelos caminhões da prefeitura. A quarta parte do que é coletado como lixo comum 1.557 toneladas diárias , também poderia ser reciclado. Ou seja, poderiam se somar às 100 toneladas diárias recicláveis recolhidas pela prefeitura mais 390 toneladas.
Carrinheiros
Não são os caminhões da prefeitura que recolhem a maior quantidade de recicláveis na capital. Cerca de 445 toneladas são coletadas diariamente pelas centenas de carrinheiros que percorrem a cidade.
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Interatividade
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