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| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A irregularidade no “recall” de coletes vencidos ampliou o receio de entidades policiais. Segundo a Associação dos Delegados do Paraná (Adepol), mais de três mil coletes – o que equivaleria a 90% das unidades deste equipamento destinadas à Polícia Civil – estão com o prazo de validade vencido. Os delegados chegaram a enviar ofícios à Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), informando que não participarão de operações policiais, enquanto o problema não for solucionado.

Exército aponta que “recall” de coletes vencidos da polícia foi irregular

Investigação mostra que, dos mais de 7,4 mil coletes que passaram por recondicionamento, pelo menos 1,3 mil estavam fora da data de validade

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“Até mesmo em unidades elite da Polícia Civil, como o Grupo Tigre, há policiais com coletes balísticos vencidos”, assegurou o presidente da Adepol, João Ricardo Keppes Noronha.

A validade dos coletes também preocupa os policiais militares. A Associação dos Praças do Paraná (Apra) destaca que tem acompanhado as investigações com apreensão, com o objetivo de saber a real situação dos equipamentos de proteção da corporação. “Os policiais estão inseguros. O que defendemos é o básico: coletes novos e investigações isentas que nos mostrem a verdade”, disse o presidente da Apra, Orélio Fontana Neto.

Mais de 7,4 mil coletes que passaram pelo “recall” foram devolvidos a policiais militares, que estão indo para as ruas com o equipamento. Recentemente, a PM disse que não cogita recolher o material recondicionado. A corporação entende que os coletes “estão em plenas condições de uso”.

Outra entidade, a Associação de Defesa dos Direitos dos Militares (Amai) encaminhou um ofício ao governador Beto Richa, pedindo que um novo teste balístico seja realizado nos coletes da corporação. O objetivo, segundo o presidente do grupo, coronel Eliseo Furquim, é afastar quaisquer dúvidas quanto à eficácia do material que hoje é usado pelos policiais.

Entenda o caso

A investigação começou no fim do mês passado, quando uma operação conjunta deflagrada pela Delegacia de Explosivos, Armas e Munições (Deam) e pelo Exército, chegou a um barracão na região metropolitana, em que coletes balísticos das forças policiais do Paraná eram recondicionados. No local, cerca de 540 unidades do equipamento foram apreendidas.

Segundo a Deam, os coletes eram reforçados com uma manta extra de aramida - material usado neste tipo de equipamento. Em seguida, a etiqueta de identificação era alterada, de modo a ampliar em um ano a data de validade do produto. A polícia constatou que parte do volume estava vencido e parte, em vias de vencer.

A investigação apontou que a violão da validade dos coletes infringe a portaria nº 18/06 do Exército, que explicita que a validade dos coletes é “improrrogável” e que os coletes vencidos devem ser destruídos. De acordo com a Deam, a empresa fabricante, que fazia o recondicionamento dos coletes, não tinha as autorizações e documentações exigidas para fazer o procedimento no Paraná.

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