Perseguições, bombas atômicas, câmaras de gás e um saldo de 55 milhões de mortos. Esse foi o cenário da 2.ª Guerra Mundial, que durante seis anos (1939-1945) assombrou o mundo. Nesta sexta-feira (8), comemorou-se os 70 anos do fim de um dos conflitos mais significativos do século 20.
O ”Dia da Vitória” entrou para a História como a data em que os países aliados derrotaram a Alemanha nazista. Embora tenha-se esse dia como símbolo do fim da guerra, os combates continuaram no Pacífico e só chegaram ao fim em agosto quando o Japão se rendeu após ser atingido por duas bombas atômicas arremessadas pelas forças dos Estados Unidos. As bombas caíram sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki.
Como explica o professor de História e estudioso do tema Wilson Maske, a 2.ª Guerra foi subdividida em diversos conflitos nos continentes europeu e asiático. “O nome da guerra é dado pela própria historiografia. São vários os cenários de combate”, diz. Por isso, enquanto a paz começava a retornar à Europa, no Oriente os combates continuaram.
Rendição nazista
Em 8 de maio de 1945, quando Adolf Hitler já havia se suicidado, o que sobrou do alto comando alemão assinou a rendição à União Soviética, Estados Unidos, França e Reino Unido. Maske aponta que com a morte de Hitler no dia 30 de abril, a rendição nazista era questão de tempo. No dia 8 o almirante alemão Karl Dönitz comunicou à população o fim do Terceiro Reich. Depois de cinco anos, terminava a Segunda Guerra.
Porém, um dia antes da data oficial, 7 de maio, na França, o general alemão Alfred Jodl havia assinado um primeiro ato de rendição. Ou seja, Jodl tinha assinado o que seria o primeiro ato de capitulação na 2.ª Guerra.
A segunda ata de capitulação, que entrou para a História, se deu em 8 de maio, em Karlshorstla, periferia de Berlim, na Escola de Engenharia Militar da Wehrmacht, que serviu de abrigo para as forças soviéticas.
A cerimônia foi uma exigência do líder soviético Josef Stalin. O documento definitivo da capitulação nazista indicava que a Alemanha seria “completamente desarmada” e haveria a liquidação do Partido Nazista. Também determinava a libertação dos prisioneiros de guerra. A ata foi redigida em inglês, alemão e russo.
Após a assinatura do acordo, os grandes chefes de Estado daquele período, como o norte-americano Harry Truman, o britânico Winston Churchill e o russo Stalin, anunciaram de forma oficial o fim do conflito.
A guerra continuou
Contudo, pelos lados asiáticos a guerra permanecia insistente. A Alemanha nazista formava o chamado Eixo, com outros países, como Japão e Itália. Essas nações eram combatidas pelas tropas aliadas (Estados Unidos, Reino Unido, União Soviética e, mais tarde, o Brasil). “Na Europa a guerra havia terminado em maio, mas os combates no Japão continuaram”, diz Maske.
Foi só nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, com o bombardeio atômico , que o Japão se rendeu. O governo japonês assinou sua capitulação em 2 de setembro colocando em definitivo um ponto final numa das guerras mais sangrentas da História “A guerra termina, de forma geral, com a rendição japonesa”, ressalta Maske.