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 | Henry Milléo/ Gazeta do Povo
| Foto: Henry Milléo/ Gazeta do Povo
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O movimento é sempre intenso na Rua XV de Novembro, no Centro de Curitiba. Mas, à medida que o Natal se aproxima, o número de pessoas na rua mais celebrada da capital parece não ter fim. E ali, no calçadão, artistas de todos os tipos e lugares mostram seus talentos e ganham reconhe­cimento do público. Apesar da pressa para as compras, muitos fazem questão de parar para prestigiar os espetáculos. O amor à arte e a grande concentração de pessoas levam esses artistas a exibir suas habilidades no espaço que vai da Praça Osório à Santos Andrade. Veja alguns exemplos:

Os malabares de Akira (foto principal)

O engenheiro de Geoprocessos Gustavo Akira Aihara, de 24 anos, assumiu o nome do meio quando descobriu seu amor pelos malaba­res. Começou brincando de jogar bolinhas, mas ao conhecer novas possibilidades o passatempo se tornou uma paixão. A primeira oportuni­dade de se apresentar foi há dois anos, a convite da dona de uma empresa de eventos. Além de se apresentar em festas fechadas, Akira faz exibições na Rua XV. "Não dependo da rua para sobre­viver, mas faço porque gosto do público, do contato com as pes­soas." Para ele, trabalhar na Rua XV não é o mesmo que se apresen­tar em semáforos. "É diferente, por­que na XV dá para trocar uma ideia com as pessoas que passam, ver a resposta ao seu trabalho."

As cores de Plácido

Plácido Fagundes, de 58 anos, sempre se encantou pelo desenho, mas desde os 18 anos decidiu se dedicar à pintura. Depois de um período longe de Curitiba, Plácido retornou há dois anos e voltou para a Rua XV e à Feira do Largo da Ordem. Para ele, galerias de arte não compensam o contato com o público que se tem nas ruas. "Você vê pessoas de todos os tipos e elas gostam de parar para ver. Se fico pintando na frente de algum lugar, eles ficam um tempo olhando", diz. Mas não é só o retorno dos espectadores que agrada ao artista. "Às vezes a gente ensina um pouco sobre arte, explica o que é impressionismo. As pessoas acabam tendo acesso às informações e valorizam mais", explica. Plácido gosta de valorizar os pontos da cidade. Patrimônios históricos como o prédio da UFPR, o Paço da Liberdade, entre outros, já foram retratados em suas pinceladas. A valorização do que é da cidade agrada aos turistas e até mesmo aos curitibanos, que procuram bastante pelos quadros do pintor.

O teatro de Leonir

Leonir Tavares de Lima nasceu há 31 anos em Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná. Aos 12, começou a trabalhar no circo, mas foi nas ruas que encontrou o trabalho que mais gosta. "Uns 13 anos atrás, depois de fazer circo, decidi fazer teatro de rua e gosto muito mais", conta. Crianças e senhoras fazem questão de entregar uma moeda para ver a estátua viva interagir com ela, beijando suas mãos. O movimento na frente da estátua não para, com diversas pessoas observando. "Na época de Natal é bem melhor, tem mais gente andando aqui, mais turista", diz. E é esse mar de gente que passa pela Rua XV que encanta o artista, que também passa temporadas fazendo suas performances em São Paulo e no Rio de Janeiro. O calor daqui não é tão forte quanto o da capital carioca, mas Leonir sofre com as roupas pesadas e a maquiagem branca que compõem o personagem. "Mas acostuma."

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