A primeira quinzena de 2007 já traz um dado alarmante para a sociedade e significativo para a polícia sobre o tráfico de drogas. Até às 16 horas desta segunda-feira, 79 adolescentes envolvidos com entorpecentes foram apreendidos em todo o estado neste ano – uma média de cinco jovens detidos por dia. O número é da Coordenação Estadual do Narcodenúncia 181. De acordo com especialistas, a carência social dos jovens é um fator determinante para o desencadeamento desse ciclo de exploração, vício e busca pelo poder.

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Assim como em anos anteriores, é na região de Foz do Iguaçu que concentra-se o maior índice de detenções de 2007. Já são 62 rapazes e oito moças apreendidos pelos policiais naquela área (88,6% da soma deste ano). Da última sexta-feira até ontem, foram 32 flagrantes de adolescentes em todo o Paraná – 30 deles, nas proximidades de Foz. "É uma região que serve de porta de entrada para o tráfico. Ali há oferta e procura de trabalho por parte dos jovens e traficantes", afirma o delegado Osmar Dechiche, da Divisão de Narcóticos da Polícia Civil (Dinarc).

O total de adolescentes apreendidos no ano passado deu um salto significativo em relação a 2005 – passou de 533 para 1.265, um aumento de 137,33%. Resultado das denúncias anônimas feitas pela comunidade a partir do serviço Narcodenúncia 181.

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Jovens de nível socioeconômico baixo são um grande público-alvo dos traficantes. A psicóloga Beatriz Trojan, do Centro de Socioeducação de Curitiba, explica que para iniciar um vício são necessários três elementos: o indivíduo, a droga e o meio. "Esses jovens já vêm de um ambiente que existe a disponibilidade da droga", exemplifica. Geralmente, o primeiro contato com os entorpecentes acontece entre os 12 e 15 anos. As drogas mais consumidas são maconha, crack e produtos inalantes, como cola de sapateiro.

Leia mais sobre o tráfico envolvendo crianças e adolescentes no Paraná em matéria no site da versão impressa da Gazeta do Povo (conteúdo exclusivo para assinantes)