Um monte de gente assumindo, sem culpa, que não sabe sambar". A definição do cineasta Paulo Biscaia sobre a Zombie Walk evento mundial que acontece em Curitiba durante o carnaval parece reforçar a ideia de que a capital paranaense também tem lugar para expressões carnavalescas menos ortodoxas. "A verdade é que existe uma coisa de anti-carnaval em Curitiba que faz com que a Zombie Walk faça sentido", atesta Biscaia, participante ativo da marcha dos zumbis curitibanos.
A brincadeira, que começou nos Estados Unidos no começo do século 21, é, aqui no Brasil, uma mistura de flashmob e bloco de carnaval. E não tem muita frescura: basta se fantasiar de zumbi e se juntar à massa. A mobilização, que pode acontecer em diversas datas comemorativas, junta milhares de zumbis nas ruas, simulando uma invasão de mortos-vivos aos moldes dos grandes filmes do gênero.
As primeiras edições da Zombie Walk em Curitiba foram pouco expressivas. O professor Docca Soares, vocalista da banda Rádio Cadáver, assumiu a organização da marcha como um evento parceiro do já consagrado Psycho Carnival. Ele lembra que, ironicamente, a Zombie Walk em Curitiba é um evento que voltou à vida após morrer em sua terceira edição, ocorrida em um curto espaço de tempo após a primeira. "Terminamos com três pessoas vestidas de zumbi. Ela era feita de maneira muito aleatória, e foi só quando começamos a trazer a Zombie Walk para o carnaval, começamos a divulgar mais a sério e tivemos destaque da mídia é que ela começou a renascer", lembra.
A partir daí, Curitiba se transformou numa cidade zumbi: de 200 pessoas em 2009, saindo do Cemitério Municipal em direção às Ruína do São Francisco, a nada menos do que seis mil zumbis marchando debaixo de chuva no ano passado. "Curitiba hoje é a segunda maior Zombie Walk do Brasil, atrás de São Paulo", orgulha-se Soares. Há divergências quanto ao recorde mundial de Zombie Walk, os números oficiais dizem ser por volta de nove mil pessoas, mas o organizador do evento em Curitiba diz que na Cidade do México há concentrações de 40 mil zumbis.
Ao fim e ao cabo, a Zombie Walk em Curitiba se tornou parte oficial do carnaval da cidade, junto com instituições já bem estabelecidas, como o bloco Garibaldis e Sacis, e virou um reduto democrático de quem quer curtir o carnaval de um jeito diferente. "Não tem mais apenas um perfil de participante, agora já temos os amigos dos amigos dos primeiros zumbis e a coisa cresceu muito", diz Docca Soares. Paulo Biscaia, conhecido por seus filmes de terror, comprova a tese. "Comecei a frequentar a Zombie Walk há três anos com a minha filha, que na época tinha seis anos. É genial ver a criatividade das fantasias das pessoas."
Litoral
No litoral do Paraná, a folia está garantida graças à programação variada de carnaval. Confira os eventos deste domingo nas praias do estado:
Antonina
O carnaval deste ano é inspirado na Copa do Mundo 2014. Terá som mecânico na Ponta da Pita, o dia todo. Às 14 horas, começa o evento cultural no Terrerão do Samba (Mercado Municipal). Já o desfile das escolas de samba começa às 20h30. Após o desfile, haverá um baile público com trio elétrico.
Guaratuba e Matinhos
Em Guaratuba, a festa, que é considerada uma das maiores do estado no carnaval, contará com dois trios elétricos. A folia começa às 22 h, na Avenida 29 de Abril. Na praia de Caiobá, em Matinhos, tem show da Caiobanda a partir das 20 h no Iate Clube. A festa segue pela Praia Mansa.
Paranaguá
Na Avenida Arthur de Abreu, em Paranaguá, desfilam, a partir das 22 h, as escolas de samba Acadêmicos do Litoral, Leão da Estradinha, Ponta do Caju, União da Ilha e Filhos da Gaviões.
Pontal do Paraná e Pontal do Sul
Neste domingo em Pontal do Paraná, nos balneários Ipanema e Shangri-lá, nas respectivas pracinhas centrais, vai ter carnaval infantil às 16 h. A partir das 20 h, haverá outras atrações musicais. Em Santa Terezinha/Praia de Leste também tem festa com dois trios elétricos às 20 h. Em Pontal do Sul, às 16 h, tem desfile do Bloco da Esquina e do Bacchus Bloco, na Avenida Beira Mar, com parada ao lado da Câmara Municipal.