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perspectiva 2011

A derradeira chance do Enem

Erro de impressão no Enem deste ano obrigou o governo a reaplicar a prova para 9.500 candidatos | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Erro de impressão no Enem deste ano obrigou o governo a reaplicar a prova para 9.500 candidatos (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)

O ano de 2011 será decisivo para a credibilidade e a continuidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Desde que foi modificado em 2009, como opção para ingresso em grande parte das instituições federais de ensino superior, o Enem foi marcado por erros e confusões. Na primeira edição no novo formato, a prova foi roubada, adiada e vagas sobraram em grande parte das universidades federais quando rodou pela primeira vez o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Na segunda edição do novo Enem 2010, o Mi­­nistério da Educação (MEC) enfrentou ações na Justiça e teve de reaplicar para mais de 9,5 mil candidatos a prova de ciências humanas e ciências da natureza, que foi impressa com erro.

Outra falha no Enem passaria do limite extremo do aceitável na opinião do vice-presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR) e diretor do curso Decisivo, Jacir Venturi. "Nem os estudantes, nem a sociedade suportariam mais erros. A existência de uma prova única para todo o Brasil é válida, mas além do problema operacional, o exame não é bom. As questões não foram bem elaboradas quer pela superficialidade, excesso de contextualização e pouca existência de conteúdo", diz.

Para o reitor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Carlos Eduardo Canta­­relli, o Enem é uma política pública importante para o país e o novo governo precisa olhar com mais cuidado para a logística do exame. "Temos muitas vidas colocadas em jogo, especialmente naquelas que usam o Enem como forma de acesso ao ensino superior", diz. A UTFPR usa desde 2009 a nota do Enem como única forma de ingresso na instituição. A Universidade Federal do Paraná (UFPR) usa a nota do Enem para compor a nota final do candidato e 10% de suas vagas são disponibilizadas para rodar no Sisu.

Para o reitor da UFPR, Zaki Akel, o Enem está se aperfeiçoando a cada edição. Se houver confirmação de que o novo Enem continuará a ser adotado pelo novo governo, Akel diz que os reitores das universidades federais irão oferecer suporte técnico ao Instituto Nacional de Políticas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a autarquia do MEC responsável pela elaboração do exame. "Devemos continuar com nosso vestibular próprio. O Sisu abre as portas para muitos estudantes de fora e nossa função é dar prioridade aos jovens paranaenses", ressalta.

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