Para não ficar parado
Algumas brincadeiras tradicionais ainda podem fazer a alegria da criançada:
AMARELINHA
MATERIAL: Giz para desenhar a amarelinha ou fita adesiva
REGRAS: Depois de desenhado o diagrama no chão, as crianças determinam uma ordem entre elas. A primeira vai para o início do diagrama e de lá atira a pedrinha no número 1. Sem colocar o pé nessa casa, ela atravessa o diagrama ora pulando com os dois pés, quando tiver uma casa ao lado da outra, e ora com um pé só. Quando chegar à outra extremidade, faz o percurso oposto e volta para apanhar a pedra, sem pisar na casa em que ela está, repetindo o mesmo procedimento até que percorra todas as casas. A criança não pode pisar ou jogar a pedra na risca, nem atirá-la fora do diagrama. Se isso acontecer, ela perde a vez. Vence quem completar primeiro o percurso.
ESTÁTUA
MATERIAL: rádio
REGRAS: Todos os jogadores fazem um círculo e um fica como mestre, controlando o som. Quando o mestre quiser ele abaixa o volume e diz "estátua"! Os jogadores devem ficar em posição de estátua, sem se mexer e o mestre vai tentar fazer caretas e brincadeiras para ver quem se mexe primeiro.Não vale fazer cócegas.
Quem se mexer ou rir espera, sai da brincadeira e espera até que sobre somente um para reinicia. Quem resistir às caretas será declarado o vencedor e assume a posição de mestre.
DANÇA DAS CADEIRAS
MATERIAL: cadeiras e rádio
REGRAS: Faça um círculo de cadeiras com a parte do assento voltada para fora. As cadeiras devem ser sempre em número menor do que o de participantes. As crianças ficam andando em torno das cadeiras, ao som de uma música. Quando a música parar, todos devem tentar se sentar em uma das cadeiras. Como há menos cadeiras do que participantes, alguém vai ficar em pé e será eliminado da rodada. A cada rodada retira-se uma cadeira e repete-se o mesmo processo sucessivamente, até ter dois participantes e uma cadeira. O que conseguir sentar nesta cadeira, vence!
A julgar pelos resultados de pesquisa recente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) com crianças, não é preciso muito para deixá-las felizes. Fazer as refeições com os pais, por exemplo, traz uma satisfação maior do que se deleitar com eletrônicos de última geração.
A pedido da SBP, o Instituto Datafolha ouviu 1.525 crianças de 4 a 10 anos, de todas as classes econômicas, de 131 municípios de todo o país. O estudo, inédito no Brasil, explorou o estado emocional de meninos e meninas com relação à família, ao futuro, às brincadeiras e à escola. Os dados deixam claro que os motivos de alegria ou tristeza são os mesmos para os pequenos de diferentes regiões e classes sociais.
Segundo a pesquisa, o dia do aniversário é motivo de felicidade para 96% das crianças. Para a psicopedagoga Rosa Maria Junqueira Scicchitano, não é só por causa dos presentes. "É o momento em que elas se sentem especiais", explica. Em seguida, vem a prática de esporte (94%), brincar com amigos (92%), férias escolares (91%) e assistir à tevê (90%). Em contrapartida, ficar longe da família foi apontado por 71% dos entrevistados como motivo de tristeza. Brincar sozinho deixa acabrunhados 47% dos entrevistados.
Se puder escolher entre jogar videogame sozinho ou jogar bola com o pai, Luís Gustavo Bortolette Costa, 8 anos, não titubeia ao escolher a segunda opção. "É mais legal do que brincar sozinho", conta.
Estar perto dos pais é motivo de alegria para a maioria das crianças. Para 87% delas, o bom é ficar perto da mãe; para 78%, do pai. Fazer refeições em família, mostrou a pesquisa, deixa 87% das crianças satisfeitas, mesma porcentagem dos que se alegram quando estão com os avós. "A importância que as crianças dão à família mostra o quanto a terceirização dos cuidados as afeta", avalia a psicóloga Maíra Bonafé Sei.
Para o pediatra e presidente da SBP, Eduardo da Silva Vaz, boa parte dos adultos não tem a percepção de que a criança fica bem em situações muito corriqueiras. "Muitos pais trocam o tempo com os filhos para trabalhar além do necessário e poder oferecer bens materiais", afirma Vaz.
Brincadeiras
Para o presidente da SBP, a grande surpresa da pesquisa é que as crianças não são consumistas. "Elas se veem bombardeadas por apelos do consumo e, no entanto, gostam de brincar com coisas simples". Quando não estão na escola, as atividades preferidas são jogar bola (33%) e brincar de boneca (28%).
Apesar da forte presença da tevê (26%), do videogame (14%) e do computador (9%), no dia a dia preferem brincadeiras tradicionais, como andar de bicicleta (19%). "Os pais enchem os filhos de eletrônicos e eles gostam mesmo de brincadeiras tradicionais", avalia Rosa Maria.
Puxão de orelhaResponsabilidade de criança é poder brincar
Pais modernos querem preparar os filhos para a vida adulta, oferecendo-lhes cursos e atividades extras, mas é importante preservar o tempo da brincadeira. "Criança tem de brincar para ter um desenvolvimento saudável. Não pode ser sobrecarregada", alerta a psicóloga Maíra Bonafé Sei. Além de contribuir para o desenvolvimento emocional e cognitivo, brincar é o exercício físico dos pequenos. "É mais fácil deixar em frente à tevê do que levar ao parquinho, mas essa é uma atitude condenável", avalia Eduardo da Silva Vaz, da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Enquanto a pesquisa realizada pela SBP mostra que 94% das crianças ficam felizes ao praticar esportes, dados do Ministério da Saúde mostram que uma em cada três crianças brasileiras está acima do peso.
Falta de tempo
A falta de tempo é apontada por grande parte dos pais como responsável pela pouca interação com os filhos. Para a psicopedagoga Rosa Maria Junqueira Scicchitano, a desculpa não é aceitável. "O que as crianças precisam é de qualidade e não quantidade no tempo com os pais", afirma.
A vida moderna exige extensas jornadas de trabalho, mas é preciso ter disposição para chegar em casa e dar atenção às crianças. "Com pequenos gestos, pais podem mostrar que se importam com os filhos", explica Rosa Maria.
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