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Na casa da estudante de Direito Sandra Almeida Ignachewski, 31 anos, praticamente nenhuma parte da Gazeta do Povo se perde. "Acho que só não leio Imóveis porque não estou vendendo nem comprando casa", brinca a assinante do jornal há 5 anos. Ela se diz com "sede de aprendizado", procurando conhecimento no jornal – tanto que sua monografia de conclusão de curso, sobre fetos anencéfalos, terá na bibliografia matérias e artigos publicados na Gazeta. Como Sandra, assinantes dos perfis mais diversos encontram no jornal, que completa hoje 87 anos, informações úteis tanto para o dia-a-dia quanto para a vida profissional.

O corretor Joel Iankilevich, como não poderia deixar de ser, não perde os cadernos de classificados – e não apenas o de imóveis, sua área de trabalho. "Também preciso acompanhar sempre os automóveis, já que muitos clientes procuram oferecer carros nas negociações de preço, e preciso me manter atualizado sobre o seu valor de mercado", explica. No jornal, Iankilevich pode descobrir casas e apartamentos que não estão no cadastro da imobiliária onde trabalha, e procurar os proprietários para montar uma parceria. Mas ele, que é assinante desde 1982, não deixa de conferir a cobertura internacional, especialmente à relacionada ao Oriente Médio, já que sua filha vive na região.

No caso de Iankilevich, o gosto pela Gazeta é praticamente genético. "Meus pais são assinantes desde que eu me conheço por gente. Cresci lendo jornal e, quando me casei e mudei de casa, fiz uma assinatura para mim", recorda. O corretor folheia o jornal todas as manhãs para encontrar as notícias mais importantes, assim como João Darcy Ruggeri, 80 anos. "A Gazeta é meu chimarrão da manhã", afirma o advogado, um dos assinantes mais antigos do jornal. Gaúcho de origem, Ruggeri recebe o jornal desde o fim da década de 50, quando era vereador em União da Vitória. "Até quando vou para a praia, peço para guardarem a Gazeta e, quando volto, leio inclusive as edições atrasadas", afirma, lembrando dos momentos em que o jornal e sua vida pessoal se entrelaçaram. "Eu vi na Gazeta os nomes dos meus filhos nas listas de aprovação no vestibular", diz. Sandra, que estuda na Uniandrade, também acompanhou a cobertura do jornal quando fez as provas para entrar na universidade.

Entre os destaques da Gazeta, Ruggeri aponta as séries de fascículos sobre etiqueta, profissões e concursos – tanto que o advogado tem as coleções encadernadas – e a cobertura cultural. Quem gosta de grandes reportagens também pôde encontrar, nestes últimos 12 meses, séries como "A Infância no Limite II", em que os repórteres Mauri König e Albari Rosa foram ao Norte do Brasil para mostrar a realidade da exploração sexual de menores, continuando o trabalho que realizaram no Sul e Centro-Oeste em 2004 (premiado em 2005 com o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos).

Mas não são apenas as grandes histórias que capturam o leitor. "Eu me lembro de uma ocasião em que um jovem matou a namorada e se suicidou. O repórter esteve nos velórios e escreveu uma matéria que me chamou a atenção pelo estilo, bem literário. Uso esse texto todo ano nas minhas aulas", conta Paulo Eduardo Cajazeira, 35 anos, professor do curso de Comunicação Social da Universidade Tuiuti e um dos assinantes mais recentes do jornal, apesar de ser leitor há mais de 15 anos. "Comprava o jornal todo dia, fiz as contas e concluí que compensava mais assinar", afirma. Ele acredita que o jornal tem a vantagem de trazer os fatos com análises. "O escândalo do mensalão, por exemplo, eu entendi lendo. A televisão deu mais importância ao show montado no Congresso", compara.

No dia-a-dia, o jornal também se mostra uma ajuda valiosa para os leitores. "Passei a fazer compras em uma feira livre que tem produtos orgânicos depois de encontrar a informação na Gazeta", afirma Sandra. A estudante diz não ir muito ao litoral, mas quando desce a serra procura ler a cobertura de verão. Iankilevich não deixa de checar a previsão do tempo e o roteiro cultural, especialmente as programações de cinema e televisão.

Ruggeri ainda destaca a participação do jornal na defesa dos interesses do Paraná. "As campanhas revelam a importância da Gazeta para o estado", descreve. Entre as causas defendidas pelo jornal estiveram a indenização, em forma de royalties, aos municípios que tiveram terras alagadas para a construção do lago da usina hidrelétrica de Itaipu; a instalação do ILS, equipamento que aumenta a segurança de pousos e decolagens no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais; a defesa da construção de um ramal do gasoduto Brasil-Bolívia passando pelo Paraná; e a integridade do território estadual quando foi cogitada a criação do estado do Iguaçu. A Gazeta também está empenhada na mobilização para a criação de um Tribunal Regional Federal no Paraná, desmembrado da 4.ª Região (com sede em Porto Alegre). "Por isso eu incluo a Gazeta entre os principais jornais do Brasil e tenho orgulho de ser assinante", arremata o advogado João Darcy.

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