Um projeto de pesquisa de dois professores de História da Unopar estuda a arquitetura das escolas públicas de Londrina, Norte do Paraná, desde a fundação da cidade e sua relação com a busca pela modernidade, as mudanças pedagógicas e as condições reais dos espaços escolares.
Fábio Luiz da Silva é professor de História e Pedagogia na graduação e do Mestrado em Ensino na instituição. As dificuldades com o ambiente físico nas escolas públicas motivaram a pesquisa, feita em parceria com a professora Fabiane Tais Muzardo.
Hoje, 80 anos após o funcionamento da primeira escola em Londrina, Silva diz que a principal contribuição do estudo é o incentivo à reflexão sobre a arquitetura, o prédio e construção das escolas. À época, as construções buscavam a modernidade. Nunca ofereceram um ambiente agradável, confortável e bonito às crianças, mas um espaço duro, espartano, sempre precário e que nunca, como ainda hoje, atenderam a demanda.
O estudo, em fase inicial, começa com a primeira experiência escolar, em 1933, um ano antes da emancipação política da cidade, quando o então interventor Manoel Ribas nomeou o recém-formado Remy Duszcak como professor da primeira escola pública da cidade, uma construção de madeira de 10 m2 destinada somente a meninos. A ele se juntou outro novato, Luiz Vergés Dutra, que lecionava à tarde, tendo como tarefa também limpar a escola.
Com a baixa remuneração, a experiência pouco durou. Assim, em 1936, a escola foi entregue à professora Mercedes Martins Madureira, que viria anos depois a ser diretora do primeiro e moderno Grupo Escolar Hugo Simas. Uma fotografia do pioneiro fotógrafo José Juliani mostra que quando Mercedes assumiu já havia meninas entre os alunos da escola, que ficava onde hoje é o Edifício Julio Fuganti.
A preocupação inicial, que motivou a pesquisa, partiu da preocupação do autor, como professor da rede estadual, com o ambiente físico das escolas em que trabalhou e que sempre o incomodou. "Veio a ideia de estudar a arquitetura escolar. Esse artigo é parte da pesquisa. Aborda o que pudemos verificar com o nascimento de Londrina e a preocupação das pessoas, imprensa e governantes, sempre ansiosos pela civilização em oposição ao sertão."
O artigo acadêmico Escola e Civilização no Sertão do Tibagi: Primeiras Escolas Públicas de Londrina analisa a construção das primeiras escolas públicas da cidade na primeira metade do século 20. O objetivo é analisar a ligação entre as alterações no edifício escolar, as mudanças pedagógicas e a busca pelo progresso.
A partir das informações levantadas pelos pesquisadores é possível compreender que o primeiro grupo escolar, o Hugo Simas, representa a materialização da modernidade pretendida na época. O estilo arquitetônico Art Déco, comum no período, demonstra o desejo pela racionalidade, presente no pensamento pedagógico da época.
Silva diz que a preocupação inicial em tornar a cidade civilizada sempre esteve presente. "Ainda na década de 30, as autoridades proibiram construções com madeira na área central porque a alvenaria era o moderno e a madeira, o atrasado." A primeira escola era de madeira: mais barato. "Mas Londrina e a população cresceram rápido e a escola não dava conta. A população exigia um grupo escolar. O interventor Manoel Ribas prometeu e começou a construção do Hugo Simas, em uma área que ocupava toda a quadra", conta Silva.
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