Que o envolvimento dos pais e responsáveis é fundamental para o ensino e para a educação de crianças e jovens todos sabem. Mas ainda são muitas as dúvidas no momento de atribuição de responsabilidades e papeis entre escola e família. Pensando nisso, a professora Regina Maria de Souza da Silva, do município de Fazenda Rio Grande, decidiu aplicar o projeto Ler e Pensar para despertar o gosto pela leitura e concluir o processo de alfabetização de sua turma de 3.º ano. À época, lecionando na Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima, Regina identificou que o acesso ao jornal era praticamente nulo, e as dificuldades na leitura inúmeras.
“No início, algumas famílias acreditavam que o jornal atrapalharia as aulas, que era sujo e de difícil manuseio, mas depois de trinta dias já recebi os primeiros comentários: ‘agora meu filho me para na rua para ler placas e anúncios’”, comenta. Os alunos também realizaram atividades de interpretação, nas quais tinham de responder questões sobre a primeira página do jornal e sobre uma matéria escolhida por eles mesmos.
Microfone na mão
Uma das estratégias para aprimorar oralidade e interpretação foi a leitura em voz alta na sala de aula, com a utilização de equipamentos de amplificação. “Foi magnífico, pois era visível a motivação nos rostinhos. Apesar do medo e insegurança iniciais, todos realizaram.” comenta Regina. As leituras eram registradas e reproduzidas para a turma. “Assistir às gravações era algo esperado por todos. Quando o momento chegava, eles se autoavaliavam, dizendo ‘Professora, vou ler bastante em casa para ficar bem na próxima gravação. Professora, vou pedir para minha mãe me ajudar mais na leitura porque quero ficar bem na próxima gravação.”
Outra atividade envolveu momentos de leitura com a família. Para identificar se a iniciativa estava rendendo frutos, a professora distribuiu uma pesquisa aos pais e responsáveis sobre a aprendizagem dos filhos. O retorno foi extremamente positivo. “Para mim, o principal resultado foi assistir à evolução de uma turma que, no início, tinha apenas três leitores. Quando encerrei o ano, todos estavam lendo”, comemora. Hoje, Regina é coordenadora pedagógica na Escola Municipal Professora Isabel Cristina Schwalbe Borges e atua na mobilização de todos os anos para o desenvolvimento do Ler e Pensar.
“O projeto da leitura do jornal, em casa e em sala de aula, contribuiu para a alfabetização do meu filho. Ele se sentia cada dia mais motivado com as descobertas que fazia. No início era necessário o auxílio da família, mas ao longo do tempo percebi que ele foi adquirindo autonomia”, afirma Helenice Oliveira Silva, mãe de um aluno.
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