Em tempos de inflação em alta, uma dica simples é praticamente infalível para quem quer se alimentar com qualidade sem gastar muito: ter em mente a sazonalidade das frutas, verduras e legumes antes de ir às compras.
Quem entende do assunto garante que ajuda muito ficar de olho nos meses de maior produção e comercialização dos produtos para descobrir a época em que a oferta é maior e, consequentemente, os preços estão mais baixos em relação a outros períodos do ano.
"Devido à quantidade, a tendência é que, durante a época, o consumidor pague mais por produtos diferenciados, mas tenha acesso a alimentos de qualidade e preços razoáveis. Fora dela, o preço é alto e a qualidade nem sempre é a ideal", explica o engenheiro agrônomo da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) Gabriel de Almeida.
Segundo ele, quando o alimento está na época, há poucas interferências na produção, o que exige uma variação menor no preço. "Com o uso mais reduzido de insumos, agrotóxicos e hormônios no cultivo, o produtor gasta menos e o preço fica mais em conta", diz.
Além das vantagens no preço, a saúde também agradece. Em longo prazo, o consumo de agrotóxicos e hormônios em excesso pode gerar acúmulo de substâncias tóxicas no organismo, levando à intoxicação e sintomas como náusea, vômito e prostração em casos extremos.
O coordenador do curso Técnico em Agropecuária do TECPUC, Jorge Daniel Mikos, explica que escolher produtos da época também é um ótimo jeito de agradar ao paladar. "Agora é época de milho verde, melancia, ameixa e pêssego saírem para o mercado, então são produtos que chegam aos distribuidores frescos, com mais qualidade e sabor", destaca.
Como saber
Para saber se você está consumindo um produto da época não tem jeito: é preciso ficar de olho nas informações e calendários apresentados por entidades como o Ceasa, ser criterioso durante as visitas aos supermercados e preferir os produtos nacionais ao invés dos importados.
"O ideal é ter uma tabela com as melhores datas de compra, ser bem observador durante as idas ao supermercado e, se possível, comparar preços", reforça Almeida.