São Paulo O candidato a reeleição à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse, na manhã de ontem, que em casos como o episódio de envolvimento de petistas e funcionários da presidência na tentativa de compra de um dossiê contra os tucanos, o papel do presidente da República é afastar pessoas. "Eu não posso julgar, eu não posso prender", disse Lula, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo. Durante o programa, o candidato disse ainda que quem tentou ajudar, não ajudou.
Sobre os afastamentos, Lula considerou serem necessários para a reta final de sua campanha. "A pessoa cometeu um erro, qualquer que seja ele, pequeno ou grande, eu afasto ele (sic). A partir daí é o Ministério Público, a PF e a Justiça que vão tomar conta da situação. Não é o presidente da República. Até porque não é papel do presidente da República fazer julgamento", afirmou. "Quando eu afasto um companheiro como Ricardo Berzoíni (da coordenação da campanha eleitoral), não é porque acho que ele tem culpa ou está envolvido. É porque eu não posso, faltando dez dias de campanha ter um coordenador que vai passar 10 dias respondendo pelo dossiê. Eu tenho que colocar alguém que coordena a campanha, que faça minha campanha. Por isso chamei o companheiro Marco Aurélio", disse, referindo-se ao seu assessor para assuntos internacionais, que assumiu a coordenação no lugar de Berzoíni, que continua na presidência do PT.
Segundo Lula, as pessoas envolvidas nesse episódio, ao receberem a proposta de compra do dossiê, deveriam ter denunciado o caso.
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