O meteorologista Pedro Costa confere o pluviômetro, um dos muitos aparelhos usados para medições externas do clima| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Recordes climáticos

Algumas curiosidades sobre o comportamento do clima no mundo:

Temperatura

- A maior temperatura registrada no mundo foi 580C em Alaziziyah, Líbia, em 15 de setembro de 1922. A menor temperatura foi -88,50C em Vostok, Antártida, em 24 de agosto de 1960.

No Brasil

- A temperatura máxima foi registrada em Bom Jesus do Piauí, em 21 de novembro de 2005, chegando a 44,70C. A temperatura mínima foi em Xanxerê (SC), chegando a -11,10C, em 20 de julho de 1953.

Recorde

- Os anos da década de 1990 foram os mais quentes desde 1860. Os sete anos mais quentes da Terra são 2002, 1998, 1997, 1995, 1990, 1999 e 1994 (ordem decrescente). O ano mais frio foi, provavelmente, 1601.

Chuva

- A maior precipitação (quantidade de chuva) em 24 horas na última década, no Brasil, foi na cidade de Florianópolis, chegando aos 404,8 mm em 15 de novembro de 1991. Na capital catarinense, no mês de novembro, normalmente chove o equivalente a 129 mm.

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

CARREGANDO :)

Quem acompanha as previsões do tempo já sabia que teríamos chuva até sábado passado na capital e que o frio voltaria a partir de domingo. Isso porque já passou o tempo em que as pessoas saíam de casa levando o guarda-chuva quando a previsão era de sol, tamanha a incredulidade. Hoje, tecnologia e profissionais preparados para fazer as previsões meteorológicas garantem altos índices de acerto. O meteorologista do Simepar Lizandro Jacóbsen diz que "100% é muito difícil", mas que para o prazo de dois ou três dias o índice de acerto chega a 85%. E em períodos maiores, 65%.

Jacóbsen é formado pela Faculdade de Meteorologia da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul. A instituição está entre as menos de dez no país que oferecem o curso de graduação. Como o estado vizinho forma profissionais em duas universidades federais, Pelotas e Santa Maria, e no Paraná não existe o curso superior de Meteorologia, 90% dos profissionais que estão no Simepar são gaúchos. Situação fácil de perceber pelo sotaque e pelo chimarrão que divide espaço com os computadores na sala em que ficam os meteorologistas.

Publicidade

Tecnologia

Profissionais com boa formação e conhecimento da região em que atuam e recursos tecnológicos fazem a combinação que garante a eficiência das previsões meteorológicas. Segundo Jacóbsen, o Paraná tem hoje um dos melhores serviços do país. O atual Instituto Tecnológico Simepar é um serviço autônomo, que sucedeu o Sistema Meteorológico do Paraná, instituído em 1993 a partir de um convênio entre o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Companhia Paranaense de Energia (Copel) e Universidade Federal do Paraná. Trata-se de uma unidade complementar do Serviço Social Autônomo Paraná Tecnologia, vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Jacóbsen explica que os meteorologistas do Simepar usam imagens de satélite, recebem informações de uma rede de estações meteorológicas e hidrológicas e ainda contam com um sistema de detecção de raios, que oferece dados em tempo real. Esse último permite que os profissionais acompanhem o deslocamento das tempestades, sua intensidade e, quando necessário, façam alertas para a Defesa Civil.

O Simepar também é o único serviço autônomo do país que tem um radar meteorológico. Instalado no município de Teixeira Soares, ele cobre todo o Paraná. Sua abrangência é de um raio de 480 quilômetros. "Até 250 quilômetros ele é mais efetivo, consegue quantificar a chuva. Acima disso, mostra se está chovendo ou não, mas sem quantificar", diz Jacóbsen. No fim do ano passado foi feita a atualização do sistema de radar e o "sonho de consumo" dos profissionais do Simepar é ter mais um radar meteorológico, agora na Região Oeste do estado.

Sonho que não parece muito distante. O diretor Administrativo e Financeiro do Simepar, Zenóbio José Gavlak, conta que estão sendo feitos todos os esforços para a compra de mais um radar. De acordo com ele, um equipamento com boa resolução não sai por menos de R$ 8 milhões. Hoje, completa, o Simepar se mantém com receitas próprias provenientes da prestação de serviços. O cliente que gera o maior volume de receitas (46%) é a Copel. Tem também refinarias da Petrobras, empreiteiras e outras empresas de energia elétrica.

Publicidade

Conforme Gavlak, os investimentos do Simepar para atualização tecnológica são crescentes nos últimos anos. A previsão para 2009 é de um gasto de R$ 2,5 milhões, contra R$ 2,310 milhões em 2008. Em 2007 foram investidos R$ 895 mil e em 2006, R$ 222 mil.