Uma nova obra lançada pela prefeitura de Curitiba deve transformar, em pouco tempo, um dos últimos trechos ainda pacatos do Batel. O terreno da antiga sede da Sociedade União Juventus destruída por um incêndio há pouco mais de um ano já foi cortado ao meio e vai ganhar um shopping de decoração e um supermercado. Entre os dois centros comerciais, passará uma nova e ampla rua, com a missão de ligar os bairros Água Verde e Bigorrilho.
A partir do início do ano que vem, oito ruas vão passar por obras e mudanças no trânsito para compor a ligação Água VerdeBigorrilho. A principal obra que começou na semana passada é a abertura definitiva da Rua Desembargador Costa Carvalho, que vai cruzar a área onde funcionava o clube polonês. Após a reestruturação da Carneiro Lobo e a abertura da Costa Carvalho, será criada uma ligação direta entre a Avenida Getúlio Vargas, no Água Verde, e a Padre Agostinho, no Bigorrilho, cortando a Avenida Batel. O objetivo, alega a prefeitura, é facilitar o tráfego na região e nos bairros adjacentes, incluindo o centro da cidade.
"Na verdade, esse projeto está sendo construído há uma década já e aos poucos essa ligação está se consolidando", explica o coordenador do plano de mobilidade urbana e do Programa Circulação do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), José Álvaro Twardowski.
Quem entende de trânsito aplaude a iniciativa. "Essa ligação é importante porque não existem grandes opções naquela região para cruzar a cidade no sentido Leste/Oeste", comenta o engenheiro civil e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Ricardo Bertin.
Nem todos concordam. O coordenador do Movimento Amigos do Batel, Rafael Xavier, que acompanhou a abertura da Pracinha do Batel e o movimento na Rua Carneiro Lobo após as obras, duvida que a mudança possa trazer benefícios aos moradores da região. "A comunidade do Batel não sentiu melhoria alguma no trânsito com a abertura da praça e eu acredito que isso também aconteça naquela região", reclama.
Moradores e comerciantes das proximidades da Desembargador Costa Carvalho já estão se preparando para a mudança. "O aumento do movimento não me incomoda porque a mudança vai trazer melhorias para todos", afirma a dona de casa Sandra Marcolini, que mora no Batel há 20 anos.
Apesar dos benefícios, os moradores acreditam que a região deixará de ser residencial e passará a ter um caráter comercial, opinião que também é defendida por Bertin. "O uso do solo sempre é indutor das mudanças no bairro e ele vai ser alterado com a abertura da Costa Carvalho", afirma. No entanto, para ele, a mudança é essencial "porque a cidade estava precisando de uma reorganização no sistema viário para que haja o desafogamento de algumas vias."
O coordenador do Ippuc explica que, depois de concluídas as obras, as ruas passarão a compor três binários: Desembargador Costa Carvalho/Euclides da Cunha, Gastão Câmara/Jerônimo Durski e Alameda Júlia da Costa/Alameda Princesa Izabel. Ainda não há, porém, previsão de quando todas as obras serão realizadas porque elas dependem de editais de licitação que ainda não foram abertos.
Tradição
A Sociedade União Juventus deixou de funcionar no local por onde passará a nova rua em maio do ano passado, quando um incêndio destruiu o prédio. Na época, o clube possuía uma dívida de R$ 12 milhões e a solução para os problemas foi aceitar uma permuta com a empresa Invest-Terra, que adquiriu o débito e o terreno, oferecendo ao clube um novo espaço no bairro Ecoville e subsídios para construção de uma nova sede.
O presidente do Juventus, Marian Korzac, afirma que sente saudades da antiga sede, mas que a mudança foi benéfica para o clube. "A história que foi feita ali não será apagada, mas as mudanças foram muito positivas, principalmente por estarmos em uma área nobre da cidade", diz.
Atualmente, a Invest-Terra é proprietária de metade do terreno, onde pretende construir um shopping de decoração com quatro torres para centros comerciais. Já a outra parte da área foi vendida ao grupo Angeloni, que construirá mais uma loja em Curitiba. Ambas as empresas acreditam que a abertura da Desembargador Costa Carvalho será benéfica para o comércio, mas não possuem previsões de quando seus empreendimentos ficarão prontos por ainda dependerem de documentação. "Assim que o alvará estiver liberado, demoramos cerca de sete meses para concluir as obras", afirma Roberto Angeloni, presidente da empresa. "Espero que a prefeitura colabore e termine essa obra o quanto antes", comenta o presidente da Invest-Terra, Luiz Carlos Boscardin.
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